Os cristãos destruíram a cultura pagã?
Recentemente saiu mais um livro a queixar-se dos malandros
cristãos que destruíram a cultura pagã. Para fazer propaganda do livro diz-se
que a autora tem uma grande erudição e que faz novas revelações. Comecemos pelo
princípio. Tudo o que ela diz já era dito por alguma da erudição inglesa do
século XVIII, alguma alemã do mesmo século e do seguinte. Para não ir mais
longe: Gibbon no século XVIII. Este ao menos era original e bom escritor, não
um trauliteiro que queria fazer negócio com as fantasias da plebe. A ironia é
que, e isto os seus admiradores omitem geralmente, no fim da sua vida
converteu-se... ao cristianismo.
O primeiro problema é que a plebe quer ter novidades quando
é de sua natureza ser redundante. Mas surge um segundo problema. Os leitores da
rapariga ficam indignados e dizem: vejam como os cristãos destruíram a cultura
grega e latina. Seja. Mas esses leitores já algum dia se ocuparam do ablativo
ou do aoristo? Apostemos que não. Se dão tanta importância a culturas
destruídas, porque nunca as estudaram? Estão horrorizados com a morte de quem
lhes é indiferente. Não diz isto algo das suas verdadeiras motivações? Não é a perda
da cultura clássica que os choca, porque dela nada sabem. É o ressentimento
contra o cristianismo.
Terceiro problema: os cristãos destruíram muitas obras
pagãs. Sem dúvida. Quando durante mais de quinze séculos mais ninguém pode
cuidar das obras pagãs senão os cristãos, o poder total da sua preservação está
nas mãos de cristãos. O que sobra e o que não sobra está nas suas mãos. É uma
inevitabilidade a que enunciam. A crítica plebeia basta-se pois com
trivialidades.
Um quarto problema surge. O facto de alguém destruir
retira-lhe automaticamente a legitimidade? É que se assim for, um dos grandes
destruidores recentes de obras clássicas foram os Aliados durante a II Guerra Mundial.
Deveríamos insistir sobre este aspecto, e dizer que era melhor Hitler e
Mussolini governarem mais uns anos? A minha experiência é que os neopaganismos
de pacotilha se anunciam de esquerda mas têm muitas afinidades com o nazismo e
o fascismo. Mas é por um misto de ignorância e má-fé que não fazem esta
ligação.
E eis um quinto. Grande parte das obras antigas foram
perdidas antes do domínio cristão por esquecimento e desinteresse. Um dos
outros motivos da perda de obras pagãs é técnico. Com a passagem do rolo para o
códice nem todas as obras foram recopiadas. As obras perdem-se porque não são
lidas nem reeditadas. Um país que não faz una única edição bilingue contribui
para a perda de todas as obras clássicas na sua língua original. Portugal é dos
países que menos ar de escândalo pode mostrar quanto a esta perda. Vide
o que diz Giorgio Pasquali ou Alline. Mas os leitores de obras de divulgação
nem conhecem estes nomes e vão estrebuchar muito antes de as lerem.
Podemos partir para um sexto problema. Quem preservou todas
as obras pagãs que nos restam? Todas. Precisamente: essas obras que os leitores
da rapariga nunca leram. Quem preservou? Monges cristãos. Gregos e latinos. Querem
ler poesia erótica, obras blasfemas, obras que criticam os cristianismo, como
as de juliano, Libânio, Proclo, Plotino, ou Símaco? Quem as preservou? Monges
cristãos. Ao ponto de o grande filólogo clássico, von Wilamowitz-Moellendorf
ter dito que não podia ser bom classicista quem não for bom medievista. Acham
os leitores desta rapariga que lemos os papiros escritos por Platão? Não. Em
geral o que lemos são manuscritos medievais escritos por... cristãos.
E chegamos a um sétimo. Diz o leitor de raspão, agora que se
julga com ideias: seja, foram monges cristãos a preservar as obras antigas que
nos chegaram. Mas isso é uma inevitabilidade. Nada há de meritório nisso. Revela
aqui o leitor do povo dois problemas. O primeiro é que a inevitabilidade
atravessa a sua vida. Para desmerecer o adversário tem de o achar trivial: como
ele mesmo. O segundo é que nenhuma inevitabilidade existe. Da antiga
civilização persa os mais antigos testemunhos literários que nos sobram não são
persas, mas gregos. E quem os preservou? Os monges cristãos. O islão destruiu
esse sim destruiu totalmente os monumentos literários históricos do irão pré-islâmico.
Aqui está. O escândalo que o leitor de obras baratas pode sentir deve senti-lo
em relação aos eruditos muçulmanos. Se acha condenáveis os destruidores
absolutos eis aqui os seus verdadeiros inimigos. Ou o seu escândalo é só
pretexto?
As perguntas a colocar são simples para os leitores
destituídos de livros indigentes. Mas fiquemo-nos por uma simples: quantos
autores clássicos leu? Quantas vezes se perdeu no humor melancólico de Menandro
ou nas tríades de Proclo? Se a resposta for: nem sei do que falas já ficámos a
saber que não são os supostos crimes dos cristãos que o chocam, não é a justiça
que o motiva, mas vontade de acusar os cristãos de seja o que for. Lembre-se,
no entanto, que o seu argumento o vincula. Se lhe causam indignação os selvagens
que destroem obras de cultura superior será um dia advertido: olha estes
selvagens que destroem igrejas, pinturas e preferem a música dos selvagens a
Bach. O seu embaraço só porá a nu que a única coisa que o choca não é a
destruição da grandeza, mas a vitalidade da única religião que o chamou de
gente e lhe deu dignidade: o cristianismo.
Alexandre Brandão da Veiga
Veja-se o efeito
desastroso que teve a II Guerra Mundial para os arquivos em Itália (BELLI,
Carolina, «Storia e Feudi. Rileggere le Fonti», in BRANCACCIO, Giovanni (cur.),
Il Feudalesimo nel Mezzogiorno Moderno.
Gli Abruzzi e il Molise (Secoli XV-XVIII), Biblion Edizioni, Milano, 2011,
p. 367). A II Guerra Mundial provoca destruição de arquivos também em Milão. 55
mil tomos foram destruídos na Biblioteca Ambrosiana (PAGLIUGHI, Paolo, Il Cardinal Federico Borromeo, Marietti
1820, Genova-Milano, 2010, p. 263). Destruição de manuscritos alemães pela RAF
durante a II Guerra Mundial (TILLIETTE, Xavier, Vita di Schelling, Bompiani, Milano, 2012, p. 530, p. 886). A II
Guerra Mundial como grande destruidora de documentos (DUNNINGTON, G. Waldo, Gauss, Titan of Science, The
Mathematical Association of America, New York, 2004, p. x). En 1944 um manuscrito destruído em Chartres (RICHÉ,
Pierre, Gerbert d’Aurillac. Le Pape de
l’An Mil, Fayard, Paris, 2006, p. 236). Na II Guerra Mundial o
papiro de Iena sofreu grandes danos (ROUSSEAU, A., «Introduction. Le Papyrus d’Iéna», in IRÉNÉE DE LYON, Contre les
Hérésies, Livre V, Tome I, Éditions du Cerf, Paris, 1969, p. 122). Em
15 de Setembro de 1945, um soldado americano mata Anton Werbern, porque este se
tornou visível ao fumar um cigarro (CHANTRE, Benoît, Le Clocher de Tübingen,
Grasset, Paris, 2019, p. 48), cumprindo assim ironicamente um ensejo de Hitler,
de aniquilar artistas degenerados, e repetindo o destino de Arquimedes, morto
pelo soldado romano.
A destruição de
manuscritos durante as invasões francesas dos anos 90 do século XVIII na
Alemanha (BOYLE, Nicholas, Goethe. The Poet and the
Age, Volume II, Revolution
and Renunciation, Clarendon Press, Oxford, 2003, p. 158). É durante as
invasões francesas de Itália que um revolucionário destrói o famoso Terêncio de
Bembo (DAIN, Alphonse, Les Manuscrits,
Les Belles Lettres, Paris, 2014, p. 190). Em 1870 o bombardeamento de
Estrasburgo destruiu manuscritos preciosos (PASQUALI, Giorgio, Storia della Tradizione e Critica del Testo,
Casa Editrice Le Lettere, Firenze, 2015, p. 44). Em 1792 o bombardeamento da
biblioteca de Mainz destrói manuscritos (p. 51). Comte dizia que todos os maus
livros deveriam ser destruídos, assim como as poesias medíocres, e extirpados
todos os animais e plantas sem utilidade (GOMPERZ, Theodor, Pensatori Greci. Storia della Filosofia
Antica dalle Origini ad Aristotele e alla sua Scuola, Bompiani, Milano,
2013, p. 1551). A Capella Ovetari agli Eremitani destruída por um
bombardeamento de 11 de Março de 1944 (VASARI, Giorgi, Le Vite de’ più
Eccellenti Architetti, Pittori, et Scultori Italiani, da Cimabue, insino a’
Tempi Nostri, Volume Primo, Einaudi Tascabili, Torino, 1991, p. 495). Obras
sobre homossexualidade foram destruídas por Hitler ou durante bombardeamentos
aliados (TAMAGNE, Florence, A History of Homosexuality in Europe. Berlin, London, Paris. 1919-1939, Volume I, Algora Publishing, New York, 2004, p. 10).
Isto
mostra como obras escritas podem desaparecer por efeito de dois movimentos
opostos.
A hostilidade da
Igreja contra o helenismo teve alguma responsabilidade na perda de manuscritos,
mas de igual forma foram eclesiásticos que salvaram o património, como Fócio,
Aretas e Planudes; a falta de interesse e compreensão teve maior papel na perda
do património (MAAS, Paul, «Sorti della Letteratura Antica a Bizanzio», in
PASQUALI, Giorgio, Storia della
Tradizione e Critica del Testo, Casa Editrice Le Lettere, Firenze, 2015, p.
487). A maioria das destruições do manuscrito Arquimedes não foi feita por um
monge ignorante da Idade Média mas depois de 1932 (NETZ, Reviel; NOEL, William,
O Codex Arquimedes, Edições 70,
Lisboa, 2007, p. 189). Em muitos sentidos a nossa época é mais de trevas que
outras, nomeadamente pela cobiça. Os autores dizem-se envergonhados por terem
acusado os monges do Metochion, porque «o Palimpsesto foi criação da religião,
não uma sua vítima» (p. 201). Foi graças à Igreja que sobreviveram muitos
manuscritos (p. 310), foi a Igreja Grega que protegeu o manuscrito durante um
milénio e foram proprietários privados durante o século XX que quase o
destruíram (p. 311). ROUSSEAU, Adelin, «Avant-Propos», in IRÉNÉE DE LYON, Contre
les Hérésies, Livre II, Tome I, Éditions du Cerf, Paris, 2013, p. 12, fala
da incúria dos escribas em relação ao texto de Irineu. Repare-se. Em relação a
um texto cristão, não pagão.
Foram os soldados
de César que queimaram pela primeira vez a biblioteca de Alexandria em 48 a.C.
(DAIN, Alphonse, Les Manuscrits, Les
Belles Lettres, Paris, 2014, p. 112). A destruição da biblioteca de Alexandria
em 47 a.C. (STRICKLAND, Joseph, La
Questione Omerica, Carlo Clausen, Torino-Palermo, 1893, p. 36). Os
exemplares de Platão pertencentes à biblioteca de Aristóteles foram queimados
no incêndio da biblioteca de Alexandria de 47 a.C. (ALLINE, Henri, Histoire du Texte de Platon, Librairie
Ancienne Honoré Champion, Paris, 1915, p. 58). Canfora defende que a grande
destruição da biblioteca de Alexandria teria ocorrido na luta entre dois
pagãos, Aureliano e Zenóbia (CANFORA, Luciano, La Biblioteca Scomparsa, Sellerio Editore, Palermo, 2017, p. 201),
e houve grande destruição do bairro onde ela se situava durante o saque por
Diocleciano (p. 96); não é claro quando à destruição pelo califa Omar (p. 108),
mas afirma que de certeza não foi César quem a destruiu, o que arderam foram
livros em armazém no porto de Alexandria e não a biblioteca (pp. 78, 102, 143),
nem sequer os cristãos, que atacaram o Serápion e não a biblioteca propriamente
dita. O propósito do iluminista Gibbon era apologético, queria atribuir a ruína
da biblioteca de Alexandria aos cristãos (p. 120). Teodósio I, imperador que
tem fama de intolerante, quando monges queimam uma sinagoga, o que era episódio
raro, manda o bispo pagar a reconstrução da mesma (MAGNANI, Alberto, Serena.
L’Ultima Romana, Jaca Book, Milano, 2002, p. 36). Em 399, da mesma forma
que se proibiam os sacrifícios às divindades pagãs na Hispânia, impunha-se o
respeito em relação aos templos pagãos (p. 53). O mesmo Teodósio I escolhe como
mestre de Serena o pagão Temístio (pp. 18-19).
Os incêndios de
Roma sob Nero, Tito e Cómodo destruíram muitos manuscritos antigos (TIMPANARO,
Sebastiano, Per la Storia della Filologia
Virgiliana Antica, Salerno Editrice, Roma, 2002, pp. 36, 37). Arete, filha
de Aristipo, é filósofa, no início do século IV a.C., e mestre do seu filho
Aristipo o jovem (GOMPERZ, Theodor, Pensatori
Greci. Storia della Filosofia Antica dalle Origini ad Aristotele e alla sua Scuola,
Bompiani, Milano, 2013, p. 1083). Um concílio de Elvira no fim do século III
recusou o título de mártir a quem foi punido por ter destruído altares pagãos
(MOFFETT, Samuel Hugh, A History of
Christianity in Asia, Volume I, Beginnings
to 1500, Orbis Books, New York, 2009, p. 166).
O triunfo do códice
de pergaminho leva no século IV à transcrição de todas as obras antigas
(ALLINE, Henri, Histoire du Texte de
Platon, Librairie Ancienne Honoré Champion, Paris, 1915, p. 149). YOUNG,
Frances et al. (ed.), The Cambridge History of Early Christian
Literature, Cambridge University Press, Cambridge, 2008, p. 176: a perda de
autores antigos tem menos a ver com destruição que com falta de interesse, o
que os levou a deixarem de ser copiados. A perda de obras deve-se, muito mais
que à destruição dos homens e do tempo, à falta de cópias (DAIN, Alphonse, Les Manuscrits, Les Belles Lettres,
Paris, 2014, p. 123). Cícero já se queixa do desaparecimento de texto de Cúrio
no seu tempo (Brutus, xxxii, 122)
(CICERO, «Brutus», in CICERO, Brutus.
Orator, Harvard University Press, Cambridge, 2004, pp. 108-109). A perda de
manuscritos antigos deve-se também à passagem do rolo para o códice, e pelo
desinteresse em transcrever obras consideradas menos importantes (WARD, J. O.,
«Alexandria and its Medieval Legacy: The Book, the Monk and the Rose», in
MACLEOD, Roy (Ed.), The Library of
Alexandria, Centre of Learning in the Ancient World, I. B. Tauris, London,
2010, p. 166). Mesmo na época dos Antoninos já havia muitos manuscritos
perdidos (p. 167). No incêndio de Roma do tempo de Nero foram perdidos muitos
documentos de homens de génio (presume-se, gregos) (Ann. XV, XLI) (TACITO, Annali, BUR Rizzoli, Milano, 2018,
pp. 726-727). Já OLLERIS, Alexandre, Cassiodore, Conservateur des
Livres de l’Antiquité Latine, Imprimerie de Mme Ve
Dondey-Dupré, Paris, 1841, p. 7, sabia que os autores romanos se queixavam da
negligência dos copistas ao transcrever os seus livros. A perda de manuscritos antigos
deve-se pelo menos em parte à passagem do rolo para o códice segundo NUTTON,
Vivian, La Medicine Antique, Les Belles Lettres, Paris, 2018, p. 7.
Os tratados
teóricos sobre retórica anteriores ao século I a.C. desapareceram quase todos,
eclipsados pelos sucessores que os usaram e afinal os substituíram (PERNOT,
Laurent, La Rhétorique dans l’Antiquité, Libraire Générale Française,
Paris, 2019, p. 83). Eis mais um mecanismo de perda de textos antigos: o seu
sucesso. É, aliás, muitas vezes o sucesso de uma obra que leva a que seja
copiada, transformada reutilizada até ao ponto de se afundar no seu próprio
êxito (p. 209).
António, o avô do
triúnviro, já teria dito no início do século I a.C. que sobram poucas obras de
autores romanos sobre retórica e que alguns autores gregos eram apenas nomes já
para a sua geração (De Or. II xxii, 92-93) (CICERO, On the Orator. Books I-II, Harvard
University Press, Cambridge, 2001, pp. 266-267). Em meados do século XIX
acreditava-se que a maioria das corrupções dos textos antigos vinha da Idade
Média, quando se percebeu que a maioria das corrupções graves dos textos eram
muito antigas (ALLINE, Henri, Histoire du
Texte de Platon, Librairie Ancienne Honoré Champion, Paris, 1915, pp. 174,
183). No caso dos textos platónicos devem ter vindo do século que se seguiu à
sua publicação (p. 180). Os monges que transcreviam os manuscritos não merecem
a censura que lhes foi feita. A maioria dos textos gregos foram mais
correctamente transcritos que os latinos (pp. 180-181). A nossa tradição
manuscrita é excelente, no seu conjunto superior à que consta dos papiros e
citações (p. 188). O arquétipo das obras de Platão depende de neoplatónicos e
de clérigos (p. 196). Já na Antiguidade tinha começado o processo de
contaminação dos manuscritos (PASQUALI, Giorgio, Storia della Tradizione e Critica del Testo, Casa Editrice Le
Lettere, Firenze, 2015, p. XVIII). Boa parte das variantes que aparecem nos
códigos medievais foram transmitidas já pela Antiguidade (p. 123). Uma grande
parte das lições inferiores da nossa tradição medieval começa já nos últimos
séculos da Antiguidade (p. 193). As corruptelas são antigas (p. 255).
Corruptelas no texto de Platão vêm já do século II d.C. (p. 257), são da
Antiguidade, não dos textos medievais (pp 260-261). Da mesma forma, no texto de
Demóstenes (pp. 277, 289). No texto de Heródoto vêm já do século I d.C. (p.
310), em Tucídides as corruptelas mais profundas são antiquíssimas (p. 325). As
corruptelas do texto de Varrão e Festo são igualmente antigas (p. 349). As
«variantes de autor» são a ultima ratio
da crítica textual, não obstante (p. 419). Duas recensões de Terêncio vêem de
edições antigas (p. 428). GREGORIO DE NISSA, «Contro Eunomio», in GREGORIO DE
NISSA, Opere Dogmatiche, Bompiani, Milano, 2014, pp. 1170-1171, é dado
como uma das provas da pronúncia velar do «c» latino, que ainda existia no
tempo de Gregório de Nissa.