quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

II. A superioridade do islão



 

A demonstração da falsidade da suposta superioridade do islão em relação à cristandade no século XII levar-me-ia muito tempo a fazer. Por isso mostro apenas alguns elementos.

A Idade Média sob o ponto de vista tecnológico foi época de grande desenvolvimento (o velho Taton o demonstra). Basta pensar que o império otomano em pela Idade Moderna tinha menos moinhos de vento que a Europa de séculos antes. Os óculos europeus (francos, diz o persa) eram usados na Pérsia. O império árabe importava de Bizâncio, não matérias-primas mas produtos manufacturados e engenheiros agrónomos e hidráulicos.

Um simples teste: alguém pensou que o que importávamos do Oriente não eram altas tecnologias mas… especiarias? E as sedas que vinham da China eram produtos semi-manufacturados. Basta ver a pintura da época: o design era europeu, mesmo se a seda era chinesa.

Segundo elemento: precisamente a hidráulica. Em programas de História vejo historiadores locais mostrem a maravilha dos canais de irrigação árabes na Península Ibérica. Nunca dizem que estes já existiam no tempo dos visigodos (esse bárbaros, é evidente), e dos romanos e talvez sejam mesmo anteriores. Mas como se faz uma História provinciana, não saindo na Península Ibérica, não se tem em conta que os maravilhosos canais da mesopotâmia começam a entrar em decadência depois da queda dos sassânidas e durante o domínio árabe. Precisamente esses grandes engenheiros hidráulicos que importavam conhecimento de Bizāncio e que seriam tão proficientes na Península Ibérica.

Há também o argumento da extraordinária ciência árabe. Invocado obviamente por quem nunca teve curiosidade na História da ciência, que nunca perdeu mais que dois minutos da sua vida a estudar um teorema. Mas são os mesmos que invocam as imensas criações científicas islâmicas. Seja. Resta colocar uma questão: quais? Nessa altura o nosso interlocutor nunca sabe responder. Apenas afirma que são extraordinárias. Melhores mesmo que as europeias. Quais são as europeias? Quais são as islâmicas? A essa pergunta não sabe responder, mas tem a certeza que as europeias são piores. Não suscita isto no leitor alguma suspeição?

 

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