terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Simbolismo confuso

O site da CML descreve como uma «cerimónia, simples, carregada de simbolismo» a «homenagem de uma cidade» a Eusébio da Silva Ferreira. O carro parou à porta da CML, foi aberta a bagageira, assim ficou numa confusão de vereadores e bombeiros perfilados a par das pantufadas de assessoras aos fotógrafos que faziam o seu trabalho. O caixão ali estava, nem dentro nem fora do carro, porta aberta, nem dentro nem fora da Câmara. Durante longos minutos embaraçosos, sem decoro protocolar nem simplicidade, batiam-se palmas, paravam, voltavam a bater até que a trapalhice se tornou incómoda. Ninguém percebia o guião. A voz off da TV queimava os minutos daquele vazio chamado «cerimónia carregada de simbolismo». Fechada a mala, o carro seguiu, finalmente entregue à cidade.
Lembrei-me da bandeira nacional mal hasteada no dia 5 de Outubro.
Para quando uma «reforma litúrgica» na CML?

4 comentários:

Rui Dias disse...

Creio que tem toda a razão. No Tempo do dr. Santana Lopes é que era uma verdadeira organização. Ai, ai, bons tempos !

João Wemans disse...

Sem um Deus, é ridícula qualquer Liturgia!
Há que ser coerente ...

Inez Dentinho disse...

João, não concordo consigo (se falarmos, como falarmos aqui metaforicamente, de liturgia como um cerimonial). Quem não tem Fé tem o sentimento da despedida de um morto ainda mais acentuado. Por isso a forma deve ser ainda mais cuidada.

João Wemans disse...

Tem razão, Inez. Obrigado por me chamar a ela...