segunda-feira, 18 de março de 2013

Entre os bem-amados


Estou feliz com a eleição do Papa Francisco mas incomoda-me o contraste que se procura estabelecer quando o elogiam. Parece que, finalmente, vamos ter um Papa simples, amigo dos pobres, despojado das mordomia terrenas. A mesma alegria com a inovação se fez sentir quando João Paulo II foi eleito, em 1978. Bento XVI fica, assim, numa espécie de sandwish de Papas extraordinários na humildade e contacto com os outros.
Seria Ratzinguer menos simples? Menos líder espiritual? Menos digno de ser o novo Pedro? Não creio.
A sua postura nunca indiciou qualquer sentimento de superioridade, apesar de todos o considerarem muitíssimo inteligente e culto. A sua liderança foi livre e firme, como a do antecessor e como a que promete ser a do sucessor. Atacou os males da Igreja de frente e aprofundou o diálogo inter-religioso de forma consequente. Ainda ontem, um líder muçulmano do Irão fazia juz à batalha de Bento XVI pelos mais oprimidos numa entrevista a Nuno Rogeiro, na Sociedade das Nações (SIC-Notícias). E quanto ao despojamento de mordomias, a única coisa que quis levar consigo para os aposentos papais foi um piano e alguns livros, certamente importantes para as mensagens que nos transmitiu.
Sinto-me privilegiada e responsabilizada por me ter sido dado viver um tempo com Papas desta categoria.

2 comentários:

Duarte Veiga disse...

Em que situação ou situações algum dos papas foi benéfico ou útil na sua vida? Tenho curiosidade visto que não acredito em histórias de encantar

Duarte Veiga disse...

Em que situação ou situações algum dos papas foi benéfico ou útil na sua vida? Tenho curiosidade visto que não acredito em histórias de encantar