Exigência e admiração
Visconti encontrou-se um dia com Thomas Mann. Ia falar-lhe do seu projecto de encenação de “Mário e o Mágico”, peça baseada na obra do segundo. Estava nervoso, irrequieto. Depois de lhe explicar o que pretendia fazer, Thomas Mann apenas lhe respondeu: “pensei muito profundamente sobre que tipo de encenação a obra mereceria e concordo plenamente consigo. Sobretudo não deve ser expressionista”. De lívido Visconti passou a aliviado. Os seus inimigos adoram este episódio porque mostra que o orgulhoso, arrogante e aristocrático Visconti afinal também pode tremer como varas verdes. Os amigos apenas ficam perplexos com este episódio. No que me respeita, esta anedota nada tem de inesperado. A aparente arrogância de Visconti está na medida do seu imenso desejo de admir[...]
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