sexta-feira, 16 de julho de 2010

O pavor estéril do PSD


Ontem António Barreto e José Miguel Júdice indignaram-se por o líder da Oposição do PSD raras vezes ter lugar na Assembleia da República (SIC-Notícias com Mário Cresco).
Na verdade, alguns líderes do PSD não têm humildade democrática nem sentido de Estado para, antes das eleições, incluírem no futuro arco parlamentar os rivais que lhes podem suceder no caso de perderem as eleições. Constroem bancadas, supostamente sólidas, fiéis e monocromáticas. Sem futuro.
Em 85, Cavaco não inclui Salgueiro, com quem se batera na Figueira da Foz. Em 87 e 91, o peso do cavaquistão inibiu alternativas e purgas. Nogueira inclui muitos em 95, mas não se terá lembrado de Marcelo que parecia fora de órbita mas conquistaria o PSD, sem voz própria na bancada. A história de Guterres poderia ter sido diferente com aquele rival parlamentar.
Em 99, Durão não se demite perdendo as eleições e fica com verbo em São Bento. Em 2002, não incluiu Santana ocupado com a Câmara de Lisboa. Santana inclui Marques Mendes em 2005. Meneses - também incluído por Santana - prefere a Câmara de Gaia ficando parlamentarmente afónico durante a liderança do PSD. Manuela Ferreira Leite exclui Passos Coelho em 2009.
Conclusão: houve apenas uma sequência de líderes adversários com voz no Parlamento: Santana Lopes - Marques Mendes.
Se o Povo diz que a sorte protege os audazes é caso para dizer que o medo não tem protegido o PSD.

6 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Qualquer partido, ou dirigente, será bom para levar Portugal ao seu destino: a bancarrota, bem prega Sócrates "confiança", "confiança", mas a realidade chegará. bfds

miguel vaz serra....... disse...

Inez. Há uns dias num jantar em casa duns amigos estivemos a falar nisso. Mas enfim...Que se pode fazer se o "português" em geral tem mentalidade de estado novo? Votamos sempre o PR que já lá está, por exemplo. Espero que eu esteja enganado esta vez. Um homem que se esquece do seu País não merece ser eleito....

miguel vaz serra....... disse...

aquela da mãe do outro...78 anos..na AR,ainda por cima um gajo que vomita moral como se fosse um Padre do séc XII muito mau...Bloco de Esquerda..ahahahaha
Tão bom..........Agora quero ver se continuam tão moralistas!!!!!!

Diogo FC disse...

Acho que podia ser um bom tema de reflexão para os partidos na próxima revisão constitucional, permitir que qualquer líder de um partido representado no parlamento tenho sempre lugar na assembleia da república.
Se o parlamento representa a expressão de voto da população, também os líderes dos partidos, com eleição directa, são representados através desse princípio. Como tal os líderes de cada partido, e não só o PSD, deveriam estar representados no parlamento.
Seria uma "norma superior" acima da mesquinhice partidária. Estou certo que teríamos uma democracia mais rica e sem dúvida, essa possibilidade iria mostrar uma sociedade mais madura e evoluída. Tenham coragem.

Inez Dentinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Graça Sampaio disse...

Ih! Ih! Ih! Gostei do seu texto!!!