Agora e sempre os espanhóis
As grandes bandeiras de D. Nuno Álvares Pereira que ontem se viram no estádio da Cidade do Cabo evocavam Aljubarrota no jogo de futebol entre Portugal e Espanha. Digam que é ridículo, eu gostei. Os espanhóis ganharam desta vez. Não discuto. Foi golo em off side, foi Ronaldo que passou de líder a liderado, foi a neura de sempre de Queirós, foi Coentão e Eduardo que não podem jogar por 11, foi o fatalismo lusitano depois do esférico (é assim, não é?) penetrar nas redes portuguesas, foi mérito do adversário. Admito, foi mérito do adversário, os nossos fizeram o que puderam pelo seu País e respeito as regras do jogo.
Diferente é o que se passa com o raide da espanhola Telefónica no braço português da PT, no Brasil. Eles querem dois pés nas telecomunicações de uma das maiores economias do Mundo que, pelos últimos boletins, cresce a 9%. As empresas são negócio e existe a livre concorrência. As regras do jogo também são claras mas há outras implicações a considerar: quem fizer tudo pelas regras, pode vender mas estará a fazer tudo contra as outras regras, que não precisam de ser escritas para serem praticadas, as que decorrem da nossa obrigação de defender o interesse de Portugal. Estes são os novos campos de Aljubarrota e todos os outros países os reconhecem e defendem sem pudor nem tibieza.
Tudo depende, por isso, do comportamento de portugueses e espanhóis, vulgo accionistas. E já se vêm os suspeitos do costume a venderem o que têm ou a prometerem vender. Sócrates fez o que pôde para defender a nossa posição. Justiça se faça. A Europa, higienicamente, ditará a sentença contra a golden share do Governo português.
Peço de volta o estandarte do Santo Condestável para mostrar a quem brada no Beato, «Compromisso Portugal!», mas vende os nossos interesses na primeira oportunidade de lucro fácil. Sem visão de lucro sustentado, sem passado, sem honra nem glória. Peço ainda o Tratado de Tordesilhas para lembrar que, naquele Mundo, nos entendemos em português.
7 comentários:
Muito bem. Continua em grande forma. Atá o esférico!...
Grande forma, tem razão!!! Quem sabe escrever assim..não é gago! Sempre gostei de como escreve e como consegue transmitir em poucas palavras o que sente. A Inez, claro está.
Mas isto da PT ser Portuguesa, tem que se lhe diga e que o PM tentou defender os interesses de Portugal, também. Defender Portugal para mim é defender o Português, os seus interesses e bem estar. Não o deles! O “Estado” não nos interessa nada. Cada vez suga-nos mais e dá-nos menos.
O Presidente da Telefónica foi durante anos e anos o Dr. António Pedro Viana Baptista, tão Português como o azul intenso dos seus olhos e nunca ouvi dizer em Madrid que os Castelhanos não o queriam lá. Aliás, fez um belíssimo trabalho.
A BT/O2 foi comprada pela Telefónica e os Britânicos agradecem cada dia pois as chamadas são cada vez mais baratas e... e é aí que eu quero chegar!
Que me importa a mim ter as Galp's da vida com monopólios Portugueses se nós pagamos a gasolina mais cara do mundo? Que me interessa beber cerveja Sagres então se os donos são estrangeiros? Andar de carro nas auto-estradas se a Brisa não é Portuguesa e que lhes interessa aos outros que as empresas portugas andem a vender lá fora? Não andamos a comprar nós no Brasil, Angola e por aí fora? Sabe bem não sabe? Eu quero é qualidade e preço barato, eu o portuga. O resto não me interessa pois até os comprimidos que compro na Farmácia da esquina são feitos na China, Índia e Paquistão por miúdos explorados de 10 anos de idade.
Miguel, "lend me your words":
Grande forma, tem razão!!! Quem sabe escrever assim..não é gago! Sempre gostei de como escreve e como consegue transmitir em poucas palavras o que sente. A Inez, claro está.
Um abraço aos dois
João
De nada João,mas por falar em Espanhois, chamo a atenção á "desgraça deles" de a partir de hoje começar a pagar o HORROR (como dizem eles) de 18% de IVA.
Quando foi que nós alguma vez pagámos isso???? ahummm,hummmm, aaaaaaahhhh, hummmm....Não sei :(
Um abraço tb
Nunca pensei vir a pensar e a dizer isto: estou de acordo consigo, Inês.
Até li duas vezes o texto, e estou de acordo. Claro que dispensaria o «Condestável». Mas isso é um pormenor.
Espanha nem existia no tempo do Santo da minha terra ( Cernache do Bonjardim ).
Morreu no dia de todos os santos em 1431 e Espanha só existe desde 1512 ano em que finalmente cai Navarra nas mãos dos famosos reis Católicos ( que muito sangue fizeram correr ).
As guerras foram mais sérias no séc. XIV e seriam com os reinos da Península. Nunca com Espanha! Os Castelhanos são uma minoria no meio de 50 milhões de Espanhóis. Povo encantador, educado, simpático e amigo de Portugal.
Agradeço os comentários. O de Irene Pimentel em particular. Por razões que a razão conhece.
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