domingo, 14 de junho de 2009

Três Conselhos para a Crise... :)

Apesar de a história ser um nadinha brejeira e já muito conhecida, não resisto a contá-la aqui.
É a história de um passarinho que, desde que nascera, era muito irrequieto. No ninho, junto a seus irmãos, estava sempre a protestar, querendo sempre imediatamente ter aquilo por que deveria ainda esperar.
Assim, ainda antes do tempo, decidiu que era capaz de voar. E sempre que os seus pais chegavam, trazendo comida para todos, logo o passarito, comendo e refilando, insistia que já sabia voar, que tinha direito a sair do ninho, que não percebia porque é que não o deixavam partir… e por aí a fora.
Tendo seus pais – que já não o podiam ouvir – ido buscar mais comida, desobedeceu expressamente às suas ordens e, não ouvindo também os conselhos dos irmãos, decidiu, repontando sempre, abandonar o ninho, deste modo mostrando a todos que, de facto, conseguia voar.
Afoito, subiu até ao topo do ninho, de onde se atirou, resoluto, para o espaço vazio. Abriu, então, o mais que podia as suas asas e, enquanto tentava batê-las, como via seus pais fazerem, estatelou-se violentamente no meio do chão. Magoado, começou imediatamente a respingar, sem perceber o perigo em que se encontrava.
Uma vaca que por ali pastava, porém, ouviu-o, e vendo que ali perto estava uma raposa (que, no entanto, ainda não o tinha visto), percebeu o risco em que o passarinho se achava, pelo que disfarçadamente se deslocou até junto dele, deixando cair por sobre a sua cabeça uma pesada bosta, com a qual o escondeu.
O passarinho, com a asa e o orgulho feridos e coberto pelo imenso excremento da vaca, barafustava agora ainda com mais força: «Onde é que isto já se viu? Não é que esta vaca maluca resolve deitar-me esta bosta para cima? Não me faltava mesmo mais nada! Raios partam a vaca»; etc.
Replicando, lá foi furando o bovino esterco, que por completo o envolvia, até que, conseguindo fazer nele um buraco, pôs o seu bico de fora e assim melhor se fez ouvir: «É inacreditável. Onde é que isto já se viu. Esta vaca é maluca», etc.
Quem o ouviu, porém, foi a raposa, que prontamente ali se dirigiu, puxando o passarinho pelo bico e engolindo-o de uma só vez.
São, assim, três as conclusões que se podem tirar desta breve história e que aqui deixamos como sugestões para nos guiarem nesta crise:

1. Nem todos os que te põem na merda são teus inimigos.
2. Nem todos os que te tiram da merda são teus amigos.
3. E quando estiveres na merda o melhor é não refilares.

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