quarta-feira, 11 de março de 2009

A morte e a morte de Max Ophuls




Passo a vida a tropeçar em Max Ophuls. A primeira vez que o conheci tinha nascido em Saarbrucken e era o brilhante realizador de uma «Carta de uma desconhecida» de que já falei neste blog. Se há filme que fale de amor é esse. E se há cena para rever cem vezes é a viagem no comboio «de fingir» naquela Viena de fim de século.
Depois fomo-nos vendo por aí. Poderia nomear vários encontros: aquele com «Lola Montès» que, para ser inteiramente franco, nunca verdadeiramente me encheu as medidas, aquele outro com «Le plaisir», ou ainda o com «Madame de». Mas arrebatamento como o primeiro, só quando o voltei a encontrar num «The reckless Moment» com o enorme James Mason. O filme «noir» mais romântico alguma vez filmado. Digo eu.
A semana passada voltei a tropeçar em Max Ophuls.Nascido e crescido em Estrasburgo, judeu ashkenazi, resistente, embaixador e senhor de «quantidades perigosas, possivelmente até letais de charme».
Max Ophuls morreu em 1957 em Hamburgo mas foi descansar para o Père-Lachaise. Depois voltou a morrer em 1993 em Los Angeles. Selvaticamente assassinado pelo homem a quem chamavam «Shalimar o Palhaço».
Vale a pena conhecer Ophuls nas suas várias encarnações. Do eterno romântico da «Carta» e do «Reckless moment» ao amante cínico do romance de Rushdie.
Há vidas que merecem ser vividas duas vezes.

3 comentários:

Sofia Rocha disse...

É da (minha) Visão?
Ou é o amigo Pedro que volta?

Anónimo disse...

É da sua visão. Eu estou cá sempre.Umas vezes mais transparente do que outras

Sofia Rocha disse...

Não, a Visão é sua.
Por favor, não nos perca de vista.