as correntes da memória
A Eugénia Vasconcellos, que recentemente descobri e cuja escrita tem o toque trémulo e cristalino de que gosto – e por isso recomendo – desafia-me para entrar numa rede (ou corrente) de afectos. Já se falou do tempo, do medo e da fé. A mim, o que me deslumbra são recordações. As mesmas que um poeta menos conhecido, Gil Nozes de Carvalho, num livrinho de 40 páginas, intitulado Aboiz e publicado na Regra do Jogo, nos expôs assim:
Barba Azul
Diante das mulheres,
o sol, discreto,
corta nos homens
o hábito do rosto.
Levantada uma vez,
a ponte, tudo
permance no seu lugar,
excepto a chave na
mão fresca da menina.
Com ela há-de abrir
a vulva às recordações.
Barba Azul
Diante das mulheres,
o sol, discreto,
corta nos homens
o hábito do rosto.
Levantada uma vez,
a ponte, tudo
permance no seu lugar,
excepto a chave na
mão fresca da menina.
Com ela há-de abrir
a vulva às recordações.
E posto isto, para que a vaga prossiga, desafio a Tânia, do blogue De Olhos Bem Fechados, a mergulhar na corrente.
2 comentários:
WTF agora chamam-lhe recordações, "abrir a vulva às recordações", o macho morreu mesmo...
Taxi, meu velho filósofo, olha que é misreading teu. But, WTF, who cares?
Enviar um comentário