domingo, 9 de novembro de 2008

Uma questão de estilo?

Li hoje, com toda a atenção, a entrevista que Pedro Santana Lopes dá à revista Pública. Interessava-me perceber melhor o que o movia neste novo desafio político. Interessava-me entender que projecto tinha para Lisboa. Interessava-me pôr à prova as minhas próprias reservas a essa candidatura. Fi-lo com a obrigação de quem «opina» mas fi-lo também por interesse genuíno. No político e na cidade. Mas fi-lo debalde.



São cinco páginas de entrevista e nenhuma ideia para Lisboa. Não é força de expressão. É uma questão de contabilidade. Não são duas, nem uma. É nenhuma ideia para Lisboa. Fala-se do passado, exorciza-se a passagem pelo governo, fala-se de ataques e de conspirações. Fala-se, sobretudo, do estilo. Corrijo: fala, sobretudo, do estilo.



Pedro Santana Lopes tem exigido aos seus opositores, com inteira legitimidade, que sejam capazes de distinguir o homem da sua obra, o político do seu estilo. Tem sugerido (e neste entrevista volta a fazê-lo) que os seus detractores se fixam na «forma» sem se dar ao trabalho de avaliar o «conteúdo». Em nome de um debate sério, de um debate que se saiba fixar acima dos ódios e das antipatias pessoais, faz todo o sentido que o faça. É de debates substantivos que se deve alimentar a Democracia. E é precisamente por isso que esta entrevista é uma confrangedora desilusão.

15 comentários:

Anónimo disse...

Será que a Geração de 60 que eu gosto de visitar dado o interesse de algumas opiniões, vai mais uma vez abster-se de comentar o que se está a passar com o sector da educação e com o que os últimos acontecimentos revelam sobre o débil estado da nossa democracia?!
Inês Pecquet

Anónimo disse...

Pedro Norton:

Começo por dizer que ninguém me chamou a atenção para o seu post. Nem a Inês Dentinho. Foi o título, referido no link que no meu blogue se faz para o da Geração de 60, que me chamou a atenção. Remissão que lhe fez tanta confusão cheia de preconceito e de sobranceria.
Estranho muito que sendo o Pedro Norton tão ligado á Imprensa, seja tão pouco rigoroso. Ou, porventura, não devia estranhar...
Passou-lhe pela ideia que esta entrevista foi dada com a condição de não ser sobre Lisboa? As poucas linhas que teve sobre o tema foram, aliás, bastamente difundidas. Apesar de eu não o querer.Repito: aceitei a entrevista com essa condição. Será preciso muito para ter admitido isso sem que eu tivesse de o explicitar?
Se me permite, seja mais tolerante e paciente.Não seja preconceituoso.Ouviu a minha entrevista, sexta- feira na televisão do grupo a que pertence?
Talvez não. Mas se ouviu, acha que não há nenhuma ideia?
Tão azedo, porquê?

Muitos cumprimentos

Pedro Santana Lopes

Anónimo disse...

Começo por dizer que ninguém me chamou a atenção para o seu post. Nem a Inês Dentinho. Foi o título, referido no link que no meu blogue se faz para o da Geração de 60, que me chamou a atenção. Remissão que lhe fez tanta confusão cheia de preconceito e de sobranceria.
Estranho muito que, sendo o Pedro Norton tão ligado á Imprensa, seja tão pouco rigoroso. Ou, porventura, não devia estranhar...
Passou-lhe pela ideia que esta entrevista foi dada com a condição de não ser sobre Lisboa? As poucas linhas que teve sobre o tema foram, aliás, bastamente difundidas. Apesar de eu não o querer.Repito: aceitei a entrevista com essa condição. Será preciso muito para ter admitido isso sem que eu tivesse de o explicitar?
Se me permite, seja mais tolerante e paciente.Não seja preconceituoso.Ouviu a minha entrevista, sexta- feira, na televisão do grupo a que pertence?
Talvez não. Mas se ouviu, acha que não há nenhuma ideia?
Tão azedo, porquê?

Muitos cumprimentos

João Melo disse...

Diz santana lopes no comentário"Passou-lhe pela ideia que esta entrevista foi dada com a condição de não ser sobre Lisboa?"mas porque há-de alguem fazer idéia disso , ó Dr PSL ?quem lê as suas entrevistas tem obrigaçao de ser oráculos que adivinham tudo?

a entrevista é toda ela patética . " enfim lá tive de ir à festa de anos ".pois tive de ir á recepcçao do embaixador do brasil que foi uma simpatia em me comvidar...fiz a minha obrigaçao e fui-me embora" . sempre a mesma vitimização, sempre as mesmas lamurias,sempre o mesmo bébé chorao do menino guerreiro..

Sofia Rocha disse...

Dr. Pedro Santana Lopes, vai deixar os restantes autores do blog invejosos.
Só comentar os posts do Pedro Norton não vale...

Unknown disse...

Caro Pedro Santana Lopes,
Vamos por partes.
1 - Obrigado pelo seu comentário.
2 - Como é óbvio, não me cabe a mim decidir os temas sobre que versam as suas entrevistas. Muito menos adivinhar as condições que estabelece para dá-las. Mas, se me permite que tenha uma opinião, não deixa de me parecer estanho e sobretudo contraproducente que o tema fosse totalmente omitido.
3 - Onde vê preconceito e azedume existe, por mais que lhe custe a acreditar, vontade genuína de conhecer o seu projecto. Porque será que em Portugal temos a tendência para procurar nas divergências de ideias, desentendimentos pessoais?
4 - Sobre o tema da remissão sou eu que o aconselho a ser mais rigoroso. Verifique melhor o que neste blog se disse sobre o assunto. Verá que é dificil sustentar a tese da sobranceria.
5 - Não vi a sua entrevista na televisão. Tenho pena. E se foi sobre Lisboa que se falou, tenho redobrada pena.

Gonçalo Pistacchini Moita disse...

Meu caro Pedro (Norton):
Tenho vindo a conter a minha participação neste nosso blog pelas razões que, infelizmente, conheces. Também por isso não quero deixar de aqui dizer duas coisas.
A primeira é que, do meu ponto de vista, a crítica que se poderá fazer a Pedro Santana Lopes não é a de ter falta de ideias, nem a de que estas não sejam boas, mas, por vezes, não ser o melhor o modo que encontra para levá-las por diante.
A segunda - que é a que aqui mais me interessa - é para realçar o facto de poucos políticos, muito poucos mesmo (sobretudo com o estatuto que, gostemos ou não, é o de Pedro Santana Lopes), estariam dispostos a vir a este nosso blog comentar de um modo franco, pessoal e assumidamente, aquilo que também francamente foi dito sobre eles.
Confesso que, deste ponto de vista, é um político que sempre nos surpreende e a quem devemos tirar o chapéu.

Um abraço

Gonçalo

Unknown disse...

Gonçalo,
É da mais elementar justiça reconhecer que é bem verdade o que dizes. Desse ponto de vista, chapeau!

JP Guimarães disse...

Concordo em absoluto com o Gonçalo e com o Pedro. PSL tem uma qualidade que é rara e, para mim, sempre de enaltecer. É corajoso. Não tem medo de se expôr. Chega-se à frente quando outros se deixam estar atrás. E isso não é nada pouco.

Anónimo disse...

Caro Pedro Norton,

Não irei reevocar o muito que nos separa quanto às virtualidades do Dr. Pedro Santana Lopes.

Desta vez, deixo-lhe apenas um simples apontamento – o seu a seu tempo.

Não será necessário primeiro o PSD apresentar o seu candidato a Lisboa, para que o Dr. Santana Lopes comece legitimamente a falar sobre as suas ideias e sobre o seu projecto para que Lisboa abandone este tempo de cinzentismo e passe a ser uma cidade e um concelho mais moderno e feliz ?

Não lhe parece claro, que se há coisa que PSL sempre demonstrou foi ter visão, ideias, projecto e capacidade para as executar (exclua por favor a boataria do costume).

Mas é positivo o seu estado de espírito, querer conhecer as ideias, as obras, para depois decidir o seu sentido de voto.

É assim que deve ser. É disso que os lisboetas estão à espera, serena e sabiamente.

É claro que temos pressa de saber, há muita gente com pressa de saber.

Porque muitos não se conformam com a Lisboa da inércia, da falta de ideias e de projecto, da incapacidade de execução, esta Lisboa triste de António Costa.

Mas esperemos mais um pouco. Haja um pouco de paciência.

Cumprimentos,
Ricardo Campos

Unknown disse...

O passado passou e podemos ter avaliações diferentes mais ou menos positivas. E, quanto ao futuro? O Dr. Pedro Santana Lopes tem todo o direito em ser candidato a Lisboa e mostrar-se como um bom candidato. Mas deveria esperar pelo seu partido para o fazer. Assim pôs o PSD em cheque, sem poder escolher o candidato. Vamos ter novamente proliferação de candidatos? Por esses caminhos nunca mais vamos ter um presidente de câmara com capacidade para governar, isto é, com maioria nos vereadores e na assembleia. A lei autárquica devia ser mudada. Isso sim seria uma grande ajuda para dar liderança a Lisboa e a outras câmaras do país com o mesmo tipo de problemas.

Anónimo disse...

PSL é. sem dúvida um polític, que se destaca quer pela vontade de fazer quer pela coragem de enfrentar tudo e todos. às vezes o seu voluntarismo é mal interpretado. na entrevista, que o pedro norton não viu,PSL desafiou AC a dar uma volta por Lisboa e assim conferirem a obra de cada um:a de AC ver-se-ia numa manhã a de PSL, durante uma semana. nós, que nascemos em Lisboa, custa-nos muito ver o estado a que a cidade chegou. eu nasci no principe real e sei do que falo.
regina pereira

Anónimo disse...

Tanto tempo perdido sobre a pueril entrevista de Pedro Santana Lopes. Comentá-la é gastar cera com ruim defunto (politicamente falando, claro está). PSL é uma cabeça de gel: nem uma ideia, uma ideiazinha, nada. Até me custa dizê-lo, mas quem tem razão sobre tão ignara fugura é o guru da Marmeleira.

Anónimo disse...

A maior expressão de fraqueza é quando as pessoas fazem crítica, escondendo-se com a máscara do anonimato.
É degradante.
Não quero dar lições de moral, no limite atacam-se acções, não a pessoa que merece respeito na sua dignidade.
Sempre que critiquei acções de outros de uma forma mais veemente coloquei o meu nome, e às vezes mail, bilhete de identidade, para não restarem dúvidas.
Enfim, os anonimatos deviam ser proibidos, pode ser que o tão necessário progresso educativo nos traga esse advento. Vai demorar, mas eu acredito.

Cumprimentos
Ricardo Campos
BI 11506073 ricardo@riportico.com
A+

Anónimo disse...

Ó eng. Campos, se uma digna pessoa em causa não tem ideias o que é que se pode dizer? Que é um homem de bem mas idiota.