sexta-feira, 9 de maio de 2008

A Segunda Valsa

Das virtudes de Stanley Kubrick a menor não terá sido a sua capacidade de escolher temas musicais que desencadeavam uma turbulência emocional incontrolável. Kubrick tinha um "ouvido quente". Ora ouçam:


Shostakovich pode agradecer a Kubrick ter-nos criado a obrigação de passarmos a ouvir com "Eyes Wide Shut" esta "Segunda Valsa" (que é o 7º andamento da Suite for Variety Stage Orchestra). Mesmo sem Cruise e sem a tão bela Kidman, a plenitude triunfante destes violinos é inexplicavelmente exaltante e libertadora. Paradoxo: esta suite de 8 movimentos foi composta na Rússia soviética, ou de como um violino apaixonado nos pode desembaraçar amorosamente da teia das tiranias.

1 comentários:

Anónimo disse...

Manuel, há filmes em que os paradoxos vêm aos pares: «a plenitude exaltante e libertadora» destes violinos é um extraordinário contraponto do imenso e perturbador «malaise» que pontua esse magnífico Requiem de Kubrick.