terça-feira, 6 de maio de 2008

Maio de 68 Explicado a Sarkozy

André Glucksman viveu perigosamente o Maio de 68. Nas últimas eleições apoiou Nicholas Sarkozy. Num dos comícios, Sarkozy atirou-se à herança de Maio com fúria predadora. Glucksman estava com o filho, Raphael, que viu, de repente, desfazer-se o pedestal de 68 em que colocara o pai. E como quem não se sente não é filho de boa gente, Raphael interpelou a diatribe de Sarkozy. Este livro – sim, da Guerra e Paz, editora com que mantenho afrontoso concubinato – é o resultado do diálogo vivíssimo de um filho ofendido e de um pai distendido. Para educação e ilustração dos infantes sarkozyanos. Vão ler, não vão?

4 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Essa é boa. Então o inteligente Glucksman não percebeu que o simples facto dele apoiar o Nicolas Sarkozy-Bruni, significa que o mundo mudou? E muito. Maio 68 já lá vai. Ele, como velho, recorda-o melhor que os acontecimentos actuais, mas não necessariamente da forma correcta, e deve ter contado uma data de patranhas ao filho. A memória, com o envelhecimento do cérebro, recorda melhor os acontecimentos passados, mas de forma fantasiosa. A maior parte das vezes as coisas não se passaram assim. Helàs traídos pela fisiologia!

Maio 68 foi um período importante para quem o viveu, para os novos não diz nada. Desses tempos retiram-se apenas alguns slogans bonitos. E uns filmes do Goddard. Hoje, os operários negoceiam ordenados mais baixos para manter o emprego, os engenheiros da Renault suicidam-se, pressionados pelo stress da produção de novos modelos competitivos, o Iraque não é o Vietname e a revolução sexual foi feita (Cohn-Bendit já consegue engatá-las, com o seu cargo europeu, e não precisa do dormitórios universitários de Nanterre para consumar o acto, tem um Sheraton ou um Ritz).

Anónimo disse...

Caro Taxi Pluvioso, parece que há uma ligeira correcção ortográfica e pronominal a fazer no seu texto, pois parece que o ( ele nega-o, claro, mas basta olhar-lhe para a cara para se intuir e ver, que tal como o algodão... não engana)pedófilo Cohn-Bendit gosta mesmo é de engatá-los (com o o de los mínusculo, muito mínusculo, portanto)...
Quanto à revolução sexual estar ou não feita, a minha opinião é que ela nunca deixou de estar feita, cada geração consecutiva de homens dela resulta também, e cada época ao longa da história teve a sua, e nenhuma deixou de ter as maiores aberrações e perversões...

Com os melhores cumprimentos,
CCInez

Táxi Pluvioso disse...

Tinha ouvido esse zumzum sobre o Conh-Bendit, possivelmente é verdade.

De qualquer maneira a revolução estudantil começou por causa da proibição de levar mulheres para as residências universitárias. Houve um ministro que respondeu ao Bendit "com essa cara não admira que tenha dificuldade em engatar mulheres", se calhar o ministro topou-o.

Manuel S. Fonseca disse...

Táxi e CCInez, enquanto discutem se a revolução sexual está ou não feita e outras meninices, não se esqueçam de comprar o livro.