sexta-feira, 25 de abril de 2008

Poder - a quanto obrigas?

Declaração de interesses: colaborei com Pedro Santana Lopes na CML e no Governo. Não sou do PSD.

Gostaria de ver na corrida Marcelo Rebelo de Sousa por estar convencida de que, cada vez que o professor tem responsabilidades, está à altura delas.

Aprecio o tom sem mácula política que Pedro Passos Coelho sugere. Mas gosto de fundamentar a esperança.

Vejo em Manuela Ferreira Leite uma oportunidade de discutir políticas com nível e de agregar pessoas parecidas. Temo a colagem com a imagem do Sócrates cobrador de impostos e o contraste desmerecedor com o Sócrates runner jovial.

Gosto de ver Alberto João Jardim mais envolvido na política nacional. A sua experiência e instinto são úteis. É pena que mantenha no Continente a exigência da ausência total de concorrência.

Pela estima que tenho a Santana Lopes, preferia não voltar a ouvir tão cedo os ataques de que vai ser alvo, nem sempre merecidamente. Mas o combate político não se compadece com juízos pessoais deste tipo. Desejo que seja melhor interpretado.

Das expectativas, passemos à realidade. A verdade está na síntese da Sofia: «A geopolítica intestina serve aritméticas de antecipação muito difícil».Tudo se decide por gente movida por rancores de bairro ou promessas de palanque no seu pequeno quarteirão. Os candidatos a líder ainda podem arranjar intérpretes e comerciantes para lidar com os câmbios de cada moeda. Mas ficam a dever a vitória a este anel de intermediários. A ele ficam vinculados e devedores.

Salvo se ganharem as eleições.

Ou, quero crer, salvo se o seu discurso interpelar directamente o eleitor laranja e não tanto os capatazes dos votos distribuídos por todo o País. Tenho essa esperança. Apenas porque não aceito que estejamos reféns dos merceeiros que fazem prevalecer os interesses às vontades; os postos, às ideias; os corredores, aos horizontes; os favores à melhor militância política.

Qual dos candidatos pode romper com esta lógica?

1 comentários:

Anónimo disse...

Não sou do PSD, sou portuguesa e como tal militante do meu País.
Não sei onde anda a minha esperança, tenho de a re-encontrar... Apenas porque não posso continuar indiferente a esta promiscuidade visceral entre a liderança, as eleições , os favores, a oposição, os "merceeironários" e ver o resto dos Portugueses em debandada ideológica a assistir de costas a mais uma performance política de alguns, em detrimento da obra feita e de Portugal.Somos vítimas da ditadura da democracia. Somos coniventes...
"Precisa-se de SABEDORIA ao serviço de Portugal"
País, a quanto obrigas?
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