Sex Toys
Depois de ler o que li aqui, levei o joelho ao chão e atrevi-me a esta parnasiana declaração de amor no novo site PnetHomem (publicidade vergonhosa) para que estão todos convidados.
O Meu Corpo Reclama-teEu já merecia. Nunca tive nem uma úlcera, mas vou agora ter os meus 15 minutos de glória. Julgo ter descoberto a solução para a crise do ensino em Portugal. A solução surgiu-me, de braços abertos, vinda de França, de onde, e com as cegonhas, vêm todas as maravilhas.
«O meu corpo reclama-te» confessou, por carta, uma professora ao presidente Sarkozy. Vivendo em Grande-Synthe, uma comuna de Dunquerque, esta "sô tôra" há mais de um ano que escreve cartas de um acrisolado amor ao ex-marido de Cécilia. E nem o recente casamento do garboso Nicholas com a doce Bruni lhe arrefeceu a paixão. As missivas entravam pelo Elysée como bandos de andorinhas esvoaçantes. Primeiro tímidas, depois com bicadas mais insistentes e calorosas. A professora confessava a Nicholas que a temperatura da sua electiva afinidade se estava a tornar «extremamente explosiva». A terna docente avisou mesmo Sarkozy que cada centímetro da sua pele era já pura «nitroglicerina» e que, a encontrá-lo, o seu amplexo o fundiria num mar de «anthrax».
Os irresistíveis 40 anos desta senhora de Grande-Synthe impeliram-na a um passo mais e, de repente, começam a chegar ao palácio presidencial graciosos embrulhos contendo a mais rendada lingerie – imagino fios dentais, wonderbras e, se me desculparem um pessoalíssimo fetiche, ligas de púrpura – a que se sucedeu a exaltada volumetria de alguns sex toys.
Será que este exemplo gaulês não sugere uma viragem estratégica aos cem mil professores portugueses que vieram fazer jogging (estou a brincar, juro que estou a brincar!) a Lisboa? E não me digam que a nossa ministra não é inspiradora. Toda a mulher tem uma graça milenar que reclama pelo menos um soneto parnasiano.
«O meu corpo reclama-te» disse ela a Sarkozy. Poderá o nobre corpo docente nacional dizer menos do que isto? Estou certo de que o dirá até com uma poética que os oximoros terroristas da pós-balzaquiana de Dunquerque não atingem. Antevejo o Ministério da Educação incendiado por fogos que ardem sem se ver. E esperam-se arrebatamentos tão líricos como os desta outra volta camoniana: «Menina formosa e crua / Bem sei eu / Quem deixara de ser seu / Se vós quisereis ser sua.»
«O meu corpo reclama-te» confessou, por carta, uma professora ao presidente Sarkozy. Vivendo em Grande-Synthe, uma comuna de Dunquerque, esta "sô tôra" há mais de um ano que escreve cartas de um acrisolado amor ao ex-marido de Cécilia. E nem o recente casamento do garboso Nicholas com a doce Bruni lhe arrefeceu a paixão. As missivas entravam pelo Elysée como bandos de andorinhas esvoaçantes. Primeiro tímidas, depois com bicadas mais insistentes e calorosas. A professora confessava a Nicholas que a temperatura da sua electiva afinidade se estava a tornar «extremamente explosiva». A terna docente avisou mesmo Sarkozy que cada centímetro da sua pele era já pura «nitroglicerina» e que, a encontrá-lo, o seu amplexo o fundiria num mar de «anthrax».
Os irresistíveis 40 anos desta senhora de Grande-Synthe impeliram-na a um passo mais e, de repente, começam a chegar ao palácio presidencial graciosos embrulhos contendo a mais rendada lingerie – imagino fios dentais, wonderbras e, se me desculparem um pessoalíssimo fetiche, ligas de púrpura – a que se sucedeu a exaltada volumetria de alguns sex toys.
Será que este exemplo gaulês não sugere uma viragem estratégica aos cem mil professores portugueses que vieram fazer jogging (estou a brincar, juro que estou a brincar!) a Lisboa? E não me digam que a nossa ministra não é inspiradora. Toda a mulher tem uma graça milenar que reclama pelo menos um soneto parnasiano.
«O meu corpo reclama-te» disse ela a Sarkozy. Poderá o nobre corpo docente nacional dizer menos do que isto? Estou certo de que o dirá até com uma poética que os oximoros terroristas da pós-balzaquiana de Dunquerque não atingem. Antevejo o Ministério da Educação incendiado por fogos que ardem sem se ver. E esperam-se arrebatamentos tão líricos como os desta outra volta camoniana: «Menina formosa e crua / Bem sei eu / Quem deixara de ser seu / Se vós quisereis ser sua.»
Agora sim, caros professores, mostrem que a vossa paixão é a escrita: estão abertas as avaliações.
7 comentários:
E se a moda pega e um dia destes chegarem também a Belém pacotes com «petites cullottes»? o que fará o Presidente? Manda um assessor agradecer? Chama a brigada de minas e armadilhas? Doa o espólio ao museu da Presidência? Pelo sim pelo não, é bom que alguém vá pensando nisso.
Que bela deixa esta de se ser pós balzaquiana...
Sem desvendar evidentemente os devaneios de uma quase cinquentona (mas ainda quarentona e já longe de ser balzaquiana),acredito que umas garrafinhas de champanhe para testar a imaginação de um Sarkozi ou do nosso PR daria uma boa série de apnhados. Como se vê, quando se chega a este estado de graça, "damos de graça" o brinquedo para sabermos depois o que acontece. Não damos o brinquedo para que qualquer coisa aconteça. A vida não é pois uma única perspectiva nem um abandono à sorte,é uma cedência de vontades...
Acho que o Pedro se esqueceu de pensar em oferecer um fio dental (aqueles mesmo que nos dão no dentista)ao nosso elegante presidente.
Decepciona-me um bocadinho que ninguém fale do meu penchant para ligas de púrpura...
Caríssimo Manuel,
Já mandei comprar umas...
O meu corpo também reclama, não o Presidente Sarkozy mas uma outra inquilina do Eliseu...
Miguel: não se pode dizer que o teu corpo seja um caso de flagrante originalidade. só em Portugal devm existir mais uns milhões com a mesma reclamação. Também o meu caminha, anónimo, no meio da turba.
Gonçalo: confesso que a ideia de um filósofo de ligas de púrpura não é das coisas que mais me entusiasma. Mas o Geração de 60 é um espaço plural e se é o Manuel que reclama...
Meu caro Pedro:
Bem a propósito aqui viriam as palavras da ilustre astróloga Alcina Lameiras.
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