sexta-feira, 14 de março de 2008

As opiniões de Larkin

E como andamos a proclamar gostos, este é o meu poeta favorito. Philip Larkin. Aqui, pode ler-se uma resenha inteligente e certeira – escrita pelo seu biógrafo, Andrew Motion, outro poeta. O crítico não esconde que Larkin é hoje atacado pelo seu insidioso gosto pela pornografia, pelas suas opiniões racistas, pela forma grosseira como se referia às mulheres, pela sua repugnância por toda a Europa. Mas não deixa de nos avisar também que “Ele disse aos seus leitores verdades difíceis sobre as suas vidas – que o amor se extingue, que falhamos oportunidades, que não escapamos à morte – mas disse-o de uma maneira que é estranhamente consoladora na sua honestidade”. Eu, que remédio, admiro-lhe os vícios e as virtudes.

1 comentários:

Anónimo disse...

Por falar em vícios (privados) e virtudes (públicas) e teorias revisionistas: " while my body knew what it craved for, my mind rejected my body's every plea". Nabokov só plantou este pensamento no professor para calar consciências, sobretudo as americanas. Não consta que Humbert Humbert tivesse tais pruridos e muito menos Nabokov. Ainda assim, pese embora a cedência à moral cristã, é um belíssimo parágrafo, não é?