Cinema como pós-Arte (2)
O cinema é uma arte que surge num tempo em que todas as outras artes tinham já atingido os seus apogeus e as suas renascenças, os seus declínios e novos apogeus. O cinema não seria preciso para a expressão do espírito humano.
Mas surgiu, como já referimos, numa forma inicialmente não artística à qual se foram acrescentando possibilidades expressivas e artísticas (como também já referimos, por empréstimo das outras artes) até que adquiriu uma expressão própria. Ao atingir essa expressão própria, o cinema, seja o de autor, ou seja o chamado cinema comercial, é um resultado de uma máquina de produção que tem na indústria a sua classificação. A crueldade da indústria revelou-se em muitos momentos. Revelou-se cruel para os autores que regimes políticos condicionaram ou silenciaram, revelou-se cruel para os autores cujos filmes foram falhanços comerciais (E. von Stroheim, P. Bogdanovich, M. Cimino). Ou seja, o controle da indústria em que o cinema se insere silenciou, perverteu ou dispensou autores por razões políticas ou comerciais. Por ser uma indústria o cinema cria uma série de dependências que vão da produção à distribuição da crítica ou merchandising, que enfraquecem ou esvaziam o seu sentido artístico.
Numa perspectiva certamente controversa e provocatória afirmamos que o cinema veio contaminar e alterar as condições da arte e é mesmo o paradigma do modo como toda a arte hoje se afirma. Um paradigma que esvazia a arte das suas formas de afirmação e as faz incorrer e singrar no seu processo industrial. Ou seja, apanhando a boleia do que se chamava arte o cinema veio afirmando-se como arte subvertendo o conceito de arte e fazendo as artes transfigurarem-se para o seu paradigma de afirmação. O cinema é a arte do fim da arte, uma pós-Arte, uma produção que vem substituir o vazio que criou. Dizemos vazio que criou, porque a arte deixou de ser uma actividade diferenciadora, centrada na genialidade de seres excepcionais para se constituir, também, numa indústria que forma e recruta pessoal para alimentar um mercado gerado para escoar os seus produtos, que deles não carece verdadeiramente mas apenas por uma necessidade induzida por potentes meios de publicitação e propaganda que ocupam um lugar desde sempre legitimado por uma necessidade de progresso e renovação.
Todo o encorajamento da arte levou à proliferação de escolas, bolsas e prémios, onde enormes quantidades de neófitos são chamados a singrar como artistas, sem que muitos deles não tenham mais do que um simples jeito mas o qual é ampliado por galeristas, editores, críticos e curadores até ao estrelato que convém ao mercado de arte. Deixou de importar a arte em si e passou a importar a sua legitimação. O monstro chama-se indústria. O carrasco também.
Se juntarmos pose (imagem de um estereotipo), ambiente (social) e indústria (economia) verificamos que a arte que se fina ressurge num paradigma de estética industrial. O cinema é a arte cuja industrialização serve de paradigma a todas as outras artes. Como o cinema, todas tiveram de passar a existir dentro das finalidades da indústria. É nesse sentido que o cinema é o mote da nova forma de toda a arte ou do seu fim. Não há sinceridade que resista a uma indústria. Primeiro porque o público é substituído pelo consumidor. Depois, porque o artista, que carece sempre do seu público, não tem onde se espelhar. Sem artista e sem público a arte decai numa forma de consumo pelas piores razões. Assim a arte, ou serve para validar ideias e não é livre mas meio de propaganda; ou é para decorar sentimentos e não é autêntica mas frívola.
O surgimento do cinema no final do século XIX pelo processo de registo que se desenvolveu não veio anunciar uma nova forma de arte mas aquela forma de arte que iria influenciar, condicionar e substituir as artes que sempre existiram. Os novos processos artísticos aportados pelo cinema tornam obsoletos os processos tradicionais da criação artística. Um equivalente ao processo aportado por uma debulhadora de trigo que faz logo a separação do joio por comparação ao trabalho manual com que desde sempre se fez a respectiva colheita.
O cinema é uma equipa de intermediários: um escreve, outro adapta, outro contrata, outro realiza, outro monta, outro paga, outro dirige actores, outro faz a fotografia, outro decora a cena, outros representam, outros figuram, enfim é uma produção. O mercado da arte é também uma vasta equipa numa linha de montagem onde tudo está programado sendo o artista o elo mais fraco porque é apenas uma peça num certo momento e num certo lugar. Se o artista fosse legitimado pelo seu valor intrínseco o tempo da sua afirmação não dependia de um golpe de sorte mas de uma consistência reconhecida em dado momento. Era o artista que se afirmava. Era um público que o reconhecia. Porém, hoje em dia não é assim porque quem legitima o artista é a própria indústria da arte (não deve haver expressões que mais se oponham — arte e indústria). O artista é apenas uma peça no sistema e o sistema tem de produzir, com a mesma urgência que as colecções da moda, ao ritmo das grandes feiras, mostras, bienais e trienais. A própria existência de um promíscuo sistema legitimador dos artistas e das obras perverte o objecto de procura e afirmação individual do artista. O artista se quer ter o reconhecimento do sistema tem de adequar a sua agenda à agenda do sistema.
Mesmo assim, todos pensamos que apesar de todas as manipulações, condicionantes e injustiças, a arte ressurgirá sempre e o tempo será o seu grande definitivo legitimador depois de assente a poeira dos dias e dos interesses imediatos. Podemos até, no fundo, pensar que será assim, porque em todos os tempos houve esquemas, desvios, injustiças, etc... Mas o que não houve noutros tempos foi a industrialização da arte. E essa industrialização não existe com mercados paralelos que a possam por em causa. A indústria só se satisfaz com a total absorção da cota potencial de mercado. As artes estão por isso reduzidas às mesmas limitações do cinema: na sua produção, no seu objectivo e na sua venda. Tornadas áreas de uma indústria as artes morrem. Morrem no seu valor e interesse genuínos. Transformam-se naquilo a que o cinema não foi capaz de resistir: numa indústria.
Improviso no Deserto in Alegria do Mundo I, escritos dos anos de 1965 a 1969 deAgustina Bessa-Luís, Guimarães Editores, Lisboa, 1996, pág. 38
Alberto Sartoris, Introduzione alla architettura moderna, Editore Ulrico Hoepli Milano, 1949, pág.23
8 comentários:
João Luís, entenda o meu comentário não como uma crítica mas uma outra visão, nas antípodas da sua. A fotografia nasceu com um pecado original – o de ser feita por uma máquina. Baudelaire, que percebia os cruzamentos das artes e a correspondência dos sentidos como ninguém, viu na fotografia, precisamente por ser mecânica, um mal que conduziria ao empobrecimento do génio artístico. Quanto muito, afirmava, a fotografia poderia ser a “serva humilde das ciências e das artes”. O cinema nasce da fotografia, e à semelhança do progenitor, é feita por meio de uma máquina, a câmara de filmar. Ao longo da história do cinema algumas das suas obras primas foram provocadas por olhares fotográficos, “La Dolce Vita” de Fellini, um exemplo. Stanley Kubric, o grande Kubric, de Lolita, de Barry Lyndon, passando por Laranja Mecânica, afirmou uma vez : para fazer um filme não é preciso saber quase nada, mas é preciso saber fotografia, e acrescentou, o que distingue o cinema de todas as outras artes é a montagem. Goddard na sua “Histoire(s) du cinema”, questiona se o cinema é herança da fotografia e, não tem dúvidas, responde SIM. Ricciotto Canudo, responsável pela hoje comum cognominação do cinema como sétima arte, (a sexta era a dança), definia no seu livro “L’usine aux images”, 1927, o cinema como a “arte plástica em movimento”. Rosselini, em 55, no Cahiers du cinema escreve: “o cinema que adquiriu uma grande importância na vida do dia a dia, é também uma arte, ou começa a ser uma arte ou é às vezes arte. Tudo está por descobrir.” Quando o cinema começou, a ligação da fotografia ao cinema era acima de tudo natural, Dziga Vertov filmava como Rodchenko fotografava. Vertov dizia de si mesmo ser um olho mecânico, dinâmico, uma máquina capaz de mostrar o real. Mas será que a máquina adormece o génio? Vertov, o homem do olho mecânico, o homem que filmou “O homem com a câmara de filmar”, não foi um génio da montagem? É certo que o cinema é uma indústria de entertenimento. É verdade que nós, geração de 60, crescemos a ver Chaplin e Harold Lloyd, os cómicos do cinema mudo. Lloyd explorava à época as técnicas específicas do meio para criar e ampliar a ilusão da realidade. Lloyd foi um grande ilusionista do cinema mudo, contava as histórias mimando-as através da arte da pantomina. Mas não foi ele, juntamente com Chaplin os génios do cómico? Cecil B. DeMille usou o 1º sistema da technicolor n’ “Os dez mandamentos”. O cinema, ao contrário do que acontecia na fotografia, abraçava as novas técnicas. Primeiro a passagem do mudo ao sonoro, depois, logo que lhe foi possível deixou o preto e branco pela cor. Quem em criança, como eu, viu a água lodosa do rio nilo transformar-se em sangue ficou com estas imagens presas para a vida. Não foram estes espantos, que a técnica permitia, sementes da nossa imaginação e criatividade? John Ford, que com é sabido tinha simpatia pelos índios, em “Cheyenne Autumn”, o seu último western, presta uma homenagem à resistência dos povos nativos, “quiz contar a história do ponto de vista deles (índios), sejamos francos tratámo-los muito mal”, comenta Ford. E nós, em crianças, vivíamos a brincar aos índios e cow-boys, os bons e os maus, e talvez por isso, hoje, os western são ainda para nós filmes que nos dão um enorme prazer rever. Fantasias? Imaginação? Mas o cinema distanciou-se da fotografia e das outras artes porque soube ser criativo. Em Hollywood, o austríaco Otto Preminger, atreveu-se a abordar temas controversos e, em “The Man with the golden arm”, 1955, denúncia o vício da heroína e Frank Sinatra, numa cena impressionante, desempenha o papel de um heroínomano a ressacar. Uma nova realidade chegava aos ecrãns do cinema, os temas da actualidade, que antecipou qualquer outra arte. O cinema para o João Luis, “é uma equipa de intermediários: um escreve, outro adapta, outro contrata, outro realiza, outro monta, outro paga, outro dirige actores, outro faz a fotografia, outro decora a cena, outros representam, outros figuram, enfim é uma produção.”, ou seja, Preminger + Sinatra + ...+...= Produção. Mas será que o cinema se resume a uma mera soma das partes, ou o todo, superior á soma, dá a genialidade da obra? Em “Profissão: Repórter”, Antonioni utiliza o tempo, os ritmos do fluxo do tempo, e os largos minutos da cena final, em que a câmara de filmar, (a tal maldita câmara que não deixa o génio se afirmar), fixa a janela andaluz e, movendo-se num aproximar lento, deixa-nos a nós espectadores a perguntar, onde está a câmara, ainda no quarto ou já no exterior, no terreiro? Antonioni, como diz Scorsese, deu-nos consciência de algo estranho e desconfortável, algo que nunca tinha sido visto em cinema. Não foi o génio de Antonioni que nos fez ver o mundo de uma outra maneira ao abrir em cada novo filme novas possibilidades. Não se tornaram as possibilidades do cinema ilimitadas?. Para o João Luis, “O cinema induz o esvaziamento do indivíduo”. Será que o “Sétimo Selo” de Bergman esvazia-nos? Termino com o que João Bénard da Costa escreveu sobre o filme “Mãe e filho” de Sokurov: “Este era o filme que eu esperava. Este é o filme mais veemente dos anos 90. Este é o filme que nos reensina a ver e a ouvir. Este é o filme onde se concentram o visual e o auditivo. Este é o filme da revelação do espanto”, e regressemos a Rosselini “o cinema é também uma arte, ou começa a ser uma arte ou é às vezes arte”. E não foi Baudelaire, era a fotografia ainda uma criança, que acabou apaixonado pelo retratos que o amigo, o fotógrafo Nadar lhe tirou?
peço desculpa e emende-se quiz por quis.
Madalena, ...e crítica que fosse seria muito bem recebida. Estaríamos nos antípodas se àcerca da mesma coisa disséssemos coisas opostas o que apesar de tudo não me parece ser o caso. O seu comentário é um excelente post.
O que é próprio da humanidade é procurar libertar-se das condições em que se sente prisioneira. Pensar é procurar transcender essa condição, é conceber uma nova ordem ou um novo canone que passaremos a perseguir. A fotografia e o cinema são parte da nossa vida. Para nós são tão reais como como tudo o que nos é devida ou indevidamente natural. A nossa emotividade está sensibilizada para responder aos seus apelos e solicitações. Podemos dizer que, contemporaneamente, somos de algum modo seres dependentes da imagem e da imagem em movimento. Mais do que nunca vemo-nos e revemo-nos por meio da fotografia ou do filme. Temos o mundo povoado por imagens e filmes (sequências) e é disso que falo quando procuro analisar a relação do cinema com o espírito humano e o papel do cinema no meio das outras artes. E aquilo em que a imagem difere é na imitação e na verosimilhança com que se apresenta. O cinema mostra as imagens iguais às imagens da nossa memória porque o registo é físico e não representativo. Embora,é claro, tenha cargas intencionais e escalas de interpretação. Ou seja, há um processo de substituição do real por uma irrealidade que se apresenta não simbolicamente mas como a mesma realidade que se escondeu.
Distingo o cinema feito por autores que se opõem ao cinema industrial e ressalvo para o meu convívio intelectual muitos dos autores que a Madalena refere. Mas também afirmo, que muitas dessas obras realizadas pelo cinema pediram emprestado à poesia, à pintura, à arquitectura, ao teatro, ou à dança e à música o factor poético que nos encanta. E afirmo também, que embora o cinema seja uma face da expressão artística com capacidade de arrastar emoções avassaladoras, não deixa de induzir numa espécie de idealismo que se torna definitivamente ausente do mundo e, por isso, é uma forma de evasão resultando numa espécie de pesimismo.
Esse poder de "montar" o real ou de o dissimular não foi acompanhado no cinema por uma nova esperança para a humanidade. Habitualmente está-lhe associado um discurso de carácter crítico. Mas isso poderia ainda ser resultado de o cinema surgir na história da humanidade num período de grande pessimismo em relação à vida, ao pensamento e ao futuro e finalidade da existência.
O homem moderno perde-se nas possibilidades ilimitadas que a Madalena refere, parece-me, como sendo um campo de infinita abertura para um descobrimento. Mas de quê? O que se verificou com a evolução das técnicas foi que a técnica passou a conduzir os conteúdos em vez de serem os conteúdos a servirem-se das técnicas. Mas isso não é só um problema do cinema ou das artes. É verdadeiramente um problema da filosofia.
Não pretendi discutir as obras que também a mim me fascinam, mas sim o fenómeno em si. As memórias estão fundadas na nossa vida emotiva, embora a memória seja muito mais do que isso. Por isso, disse, no princípio deste comentário, que me vejo na mesma condição em que o mundo se encontra. Pensar o mundo é sempre refazê-lo. Mas só se refaz com o pensamento, o qual excede, por definição, a condição e todo o limite. A nossa memória existencial é uma espécie de memória preguiçosa que não nos deixa ir até à raiz ou à origem da nossa razão de ser através de um esforço de imaginação que só cada um individualmente pode percorrer. É esta imaginação que o cienma limita pela sua natureza.
Só gostava de referir que nos príncipios do cinema como actividade artística e económica (ou seja nos príncipios do séc- XX na América), o cinema era desdenhado e visto pela maioria da população americana como uma arte menor(quanto mais sétima arte, LOL), e as salas de projecção ficavam quase sempre vazias, em detrimento das salas onde aconteciam espectaculos ao vivo e não figurados e passíveis de mentiras e montagens.
Para se imporem como arte e como industria, os grandes estúdios tiveram de recorrer a várias estratégias como a construção de edíficios e sedes arquitectonica e visualmente imponentes e impactantes e a montagem de e feitura de grandes e consecutivas campanhas de publicidade e propaganda (com grandes mentores e especialistas como Bernays, de quem Goobels era um grande admirador e díscipulo- e o regime nazi deve muito ao cinema e a Leni R., como é mais do que sabido) com vista à "glamourização" dos pedaços de celulóide - alguns dos quais nomeadamente os de Fellini, sou de resto um grande apreciador, embora, ao contrário da pintura, não sou nem queira ser um grande entendido nesta arte.
Com os melhores cumprimentos,
C. Catroga Inez
João Luis, do texto que dividiu em dois, depreendi que, para si, o cinema, vindo maculado de um pecado original, o ser feito por uma máquina, nunca poderia vir algum dia a ser arte. Foi isso que me levou a escrever o comentário e a dizer-lhe como estávamos nas antípodas. Pois bem, ainda bem que para si muitos filmes também o fascinam e, nessa medida, talvez não estejamos assim tanto nas antípodas. Mas ao ler este seu comentário, confesso-lhe parecer-me pensarmos de formas muito diferentes. Não entendo o João Luis quando diz que as emoções avassaladoras provocadas pelo cinema sejam uma forma de evasão que resultam num pessimismo. Para mim, quando se trata de verdadeira arte, não se trata da evasão do mundo real mas sempre de uma alusão a mundos mais reais que o mundo real que não conduzem necessariamente ao pessimismo, bem pelo contrário. Por outro lado, mas também por isso, talvez se compreenda que o João Luis não veja esperança quando e porque espera sempre uma resposta do cinema que o cinema, de facto, não pode dar, como se calhar, nenhuma arte na vida pode dar. No entanto, nessa alusão a mundos mais reais que o mundo real, o cinema, como toda a verdadeira arte, o que sempre faz é apelar para que pensemos “a origem da nossa razão”, conduzindo-nos, nesse sentido, à libertação pelo pensamento como o João Luis refere. Por isso é arte, ou pode ser arte, mas há, naturalmente, uma última responsabilidade que é sempre nossa, que é sempre individual.
Jules et Jim, bleu, rouge, blanc, Apocalypse Now, Paris, Texas, Casablanca, No Vale de Elah, A.I., para mencionar só uns poucos, arte? Da melhor.
Caro João Luís,
Deixaste-nos aqui uma bela descrição do que é o cinema, da maneira como é realizado, do modo como nos toca. Percebo a tua desconfiança relativemente à capacidade que o cinema tem de nos dar "respostas"; e à possibilidade de nos alhear da vida real. Penso que pelo facto de ser indústria não é melhor nem pior que outras artes - é sempre, como elas, um produto do engenho próprio do Homem. A forma como nos afecta a cada um, tem a ver com a maneira única de cada um de nós nos relacionarmos com o Mundo e com a consciência que temos do nosso Ser.
De certa forma, a Beleza tem a ver com o Olhar de quem a apreende: "beauty lies in the eye of the beholder" - por isso gostei também muito da "critica" da Madalena Lello.
Muito obrigado aos dois.
JW
thanks
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