domingo, 3 de fevereiro de 2008

Bagdad: o horror


Há limites intransponíveis porque, para além deles, fica o horror. Apenas o horror.
A confirmar-se que os recentes ataques suicidas em Bagdad foram perpetrados por mulheres deficientes mentais, ter-se-á ultrapassado um desses limites. A confirmar-se que o factor determinante do recurso às duas bombistas foi, precisamente, a sua deficiência mental, nenhum homem e nenhuma mulher capazes de consciência podem sentir-se estranhos ao choque, à vergonha e ao terror.
Independentemente de todas as distâncias, para este efeito, Bagdad somos nós. Ninguém está fora, ninguém pode pôr-se de fora.



2 comentários:

mariano disse...

Queira desculpar Sofia, mas eu não me esqueço nem tenho memória curta, se há 4 senhores que se esqueceram de tudo isto, eles foram os 4 que estiveram na base das lages nos Açores e assinaram com sangue esta guerra que ninguém pediu. 2 deles já não estão na cena politica dos seus países, um está de saída da Casa Branca e um ainda se mantem na politica europeia depois de voltar as costas aos seu próprio país. Estes 4 senhores, José Maria Aznar, Tony Blair, Jorge Bush e José Manuel Durão Barroso deveriam responder em tribunal internacional, condenados à morte por enforcamento (igual ao que fizeram ao presidente do Iraque) para que aí sim Bagdad passa-se a ser um problema de todos nós Humanidade.
Quem assinou com sangue esta guerra deveria pagá-la com sangue.
Desculpem-me a frontalidade e a revolta.

Sofia Galvão disse...

Caro Mariano, eu não quis discutir a situação no Iraque, a guerra ou os seus responsáveis. Isso daria um outro post...
Quis sim, e só isso, assinalar esta terrível notícia da eventual utilização de deficientes mentais na execução de ataques suicidas. O que quis sublinhar foi o carácter abominável do recurso a seres humanos sem a possibilidade de entender e querer para os transformar em instrumentos obedientes, dóceis e acríticos de morte. Partilhei o choque de, nesta última fronteira, e a confirmar-se o que se publicou, ver escolher o lado da mais aviltante indecência.
Dito isto, esclareço ainda que, em matéria de responsabilidades, não ajuda imputarmos tudo aos responsáveis pelas primeiras causas. Perde-se em lucidez e em verdade. No limite, fazendo-o, o culpado seria sempre o Pai Adão ou, dependendo das filiações, a primeira amiba.