terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Led Zeppelin Reunion

Agora mesmo, se calhar a fechar o concerto, em Londres, no 02 Arena, os Led Zeppelin devem estar a tocar “Stairway to Heaven”.
Não me venham cá com conversas de heavy metal, os Led Zeppelin eram - whole lotta love - puro rock ‘n roll. Com uma base de blues, de vez em quando a deixarem-se embalar por um som acústico.
Concedo que se quisermos aplicar com um mínimo de propriedade o termo “amplificação” e, vá lá, a ideia de “distorção”, é aos Led Zeppelin que ambos assentam bem. Ou seja, afinal talvez se possa dizer que foram eles o momento em que o heavy metal esteve mais próximo da eternidade.
Hoje, em Londres, os Led Zeppelin ressuscitaram. Numa nostálgica “reunion”. Quem me dera lá estar! E se calhar não. Jimmy Page tem já 63 anos. O tempo não é circular e há reencontros a que devemos poupar-nos. Prefiro guardar a imprecisa memória da flagelada voz que cantava:
"There´s a lady who’s sure all that
Glitters is gold.
And she’s buying a stairway to heaven
."

3 comentários:

Anónimo disse...

E continuam a ser! Marcaram uma das fases mais felizes(a nivel pessoal ) da minha vida! Durante 3 anos era ouvir o "Stairway to Eaven" sem parar por "acréscimo" do (bom) gosto da meia laranja. Às vezes o amor obriga-nos a conhecer umas quantas coisas bem boas. Os Led Zeppelin foram uma delas.
aanes

João Pedro Varandas disse...

Sendo certo que os principais temas dos Led Zeppelin consagraram o "bass guitar" no Rock n´Roll e serviram de inspiração a muito do "heavy metal" e do "grunge" produzido, e isso deve-se em grande parte ao talento e ao experimentalismo psicadélico de John Paul Jones, não posso deixar de referir que, na minha modesta opinião, a originalidade da música dos Led Zeppelin reside na inspiração de Jimmy Page.

Quando o autor se refere aos 63 anos de Page, não podemos ignorar que o virtuoso da banda começou a tocar guitarra nos anos 50 e, na década de 60, era já um guitarrista importante na pop londrina, tendo ficado conhecido por tocar com os "The Kinks", "The Who", "The Pretty Things", "Herman’s Hermits", "Donovan" e Jeff Beck nos Yardbirds.
Em todo o caso, se tivesse a possibilidade de os ver e escutar "ao vivo", teria com certeza adorado este concerto, (como adorei ver e escutar os "The Doors" sem J.M., "The Rolling Stones", "Pink Floyd", "Lou Reed" ou "Paul McCartney") porque a idade não inventa circunstâncias de impossibilidade, nem compromete a genialidade da composição.

Gonçalo Magalhães Collaço disse...

Ah!, os Led Zeppelin... da virtuosa guitarra de Jimmy Page, da portentosa voz de Robert Plant, da devastadora secção rítmica de John Bonhan-John Paul Jones, os verdadeiros institucionalizadores do heavy-rock. Claro, depois viriam os Black Sabaath e tutti quanti mas, por excelência, o heavy-rock, ainda antes de lhe chamarem heavy-metal, gótico e não sei já que mais, foram, são, os Led Zeppelin. Como os Beatles foram, são, o Pop-Rock por excelência, Bob Dylan o Folk-Rock, os Pink Floyd o Psychedelic-Rock, os Velvet o Underground, os The Who o Hard-Rock, os Rolling Stones simples e modestamente «the best Rock’n’Roll band in the world», and so on ...

O último Cocerto dos Led Zeppelin? Não, já não há Led Zeppelin. Não porque Page tenha 63 anos (não pula ainda catita o Jagger?) mas porque, se não me falha a memória, só restam mesmo Page e Plant (ou será que Jones ainda é vivo?). Seja como for, há momentos em que é preferível apenas imaginar... E estranha seria que, hoje, assim não fora.

Seja como for, para sempre, essa memória de puro blues com uma nota rock’n’roll (Dazed and Confused). Blues como ninguém mais tocou, com uma capacidade de pesada e lenta evolução como, noutro registo, só talvez os Crazy Horse de Neil Young hajam ousado conseguir.

Ah!, os Led Zeppelin...

Bem lembrado, ilustre Manuel S. Fonseca:

«Yes there are two paths you can go by
But in the Long Run
There’s still time to change the road you’re on»

Muito bem lembrado, muito bem lembrado mesmo, tão próxima e já tão distante memória de uma verdadeira e certa Geração de 60...