segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Real, Virtual e Fernão Capelo Gaivota

Poderá o real não ser palpável. A que nos poderão levar os novos paradigmas? Os chats na internet, as mensagens de telemóvel, a pintura produzida por computador a gosto do cliente, a música sem cd’s, as escolas sem alunos transformadas em secretarias revisoras de provas de alunos que não conhecem, o cinema em casa, enfim, tudo o que pode dispensar o suporte físico tende a acabar? E conversar, poderá dispensar a presença do outro substituído por uma alta voz num aparelho multifunções que tira fotografias que se descarregam no computador, que recebe e envia e-mails, que faz reservas de transportes e alojamentos, que transmite filmes, espectáculos e jogos, que permite ler textos que dispensam os livros, etc?
O que Fernão Capelo Gaivota tentava, isolado do seu bando, era voar tão depressa que o voo o levasse a conseguir, na velocidade máxima, quer dizer, na anulação da distância, estar ao mesmo tempo em dois lugares distintos. Despenhou-se.
No mundo do virtual em que estamos a entrar e em que o virtual substitui o real teria conseguido o contrário: anular o tempo e estar em todos os momentos num mesmo lugar... Despenhar-se-ia, então, o real. E com ele todo o bando, incluindo Fernão Capelo Gaivota.

E aqui o desenvolvimento.

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