terça-feira, 20 de novembro de 2007

Flexigurança

Às vezes um pequeno texto de opinião vale mesmo mil palavras. É o que se passa com o texto assinado por Miguel Gouveia, da Faculdade de Economia da Universidade Católica, publicado este Sábado no suplemento de Economia do Expresso.

Diz ele que o aumento da eficiência da máquina fiscal está a reduzir a importância dos mercados paralelos, o que tem implicações no nível de flexibilidade da economia. Actualmente, para o bem e para o mal, muita da necessária flexibilidade da economia portuguesa vem do facto de nem sempre a lei se cumprir. Isso acontece, por exemplo, com os segmentos do mercado do trabalho que não usam contratos ou usam contratos pouco vigiados. E também com a fuga a alguns impostos.

Com o Estado fiscal mais eficaz, que todos queremos, tais fontes de flexibilidade desaparecerão. Torna-se por isso urgente introduzir fontes alternativas de flexibilidade. Espera-se que o Governo gaste alguns dos fundos que tem arrecadado para financiar um sistema de flexigurança. Se não o fizer, mais vale deixar que se fuja ao fisco.

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