Eu voto Roth
A decisão de atribuir o Nobel da Literatura a Doris Lessing «corresponde a pura correcção política». A sua «obra dos últimos 15 anos é ilegível». Trata-se de «ficção científica de 4ª ordem».Não sou eu que o digo. É Harold Bloom (que nestas coisas, dizem, tem um pouco mais de autoridade do que este vosso blogger).
Resta-me registar, para memória futura, que se me tivessem convidado para fazer parte do júri eu teria votado Roth. E a Academia Sueca talvez tivesse evitado fazer esta triste figura. Para a próxima não se esqueçam.
1 comentários:
Pedro, a displicência com que a autora recebeu a notícia do Nobel foi o que mais me impressionou.
Deve um escritor receber aos 88 anos um prémio que terá desejado há 30 ou 40 anos mas que hoje, pela usura da vida, já pouco ou nada lhe diz? Ou, ou como dizes, um prémio que terá merecido até há 15 anos, sem que tenha havido um aggiornamento do mérito? Podem os muito talentosos escritores assistir a este desencontro sem desvalorizarem o prémio e os critérios que lhe presidem? Dir-se-á, pelo contrário, que a justiça tarda mas não falha e que, de Portugal à Colombia, terá renascido secretamente a promessa em múltiplos autores, de um renascimento em vida das suas obras esquecidas. Este parece ser o único mérito do anacronismo.
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