Salvos pelo FED e pelo BCE?
Os problemas dos mercados bolsistas que estamos a atravessar são demasiadamente complicados para breves palavras. Mas algumas conclusões interessantes se podem já retirar. A mais importante é inegavelmente que as lições da crise de 1929 estão a ser seguidas. O que os dois principais bancos centrais do mundo ocidental – o FED e o BCE – estão a fazer decorre directa e explicitamente dessas lições.
Em 1929, a então recém criada Reserva Federal norte-americana nada fez para ajudar os mercados bolsistas, vítimas de pânico generalizado. Isso agravou a crise financeira, que rapidamente contagiou a economia e, em particular, o emprego. O FED não tinha os meios de que dispõe hoje, mas também seguia uma filosofia diferente, de não intervenção. Isso já não é assim, uma vez que se sabe que às vezes é preciso intervir. Foi por isso que a Reserva Federal injectou milhares de milhões de dólares nos mercados financeiros e, esta manhã, baixou as taxas de juro de referência.
O Banco Central Europeu não ficou atrás. Aliás, o consenso sobre o tipo de orientações a tomar é de tal forma generalizado entre os economistas que este tipo de intervenções nasce espontaneamente dos dois lados do Atlântico. E porventura até no resto do Mundo. A independência do BCE, frente aos governos nacionais ou a Bruxelas, deu nestes últimos dias frutos e dos importantes. É por estes actos que o BCE ganha adeptos junto das opiniões públicas e dos eleitorados, que têm um número cada vez maior de pessoas mais interessadas na estabilidade dos mercados financeiros do que em intervenções neo-keynesianas nas economias. Sarkozy perdeu alguns pontos na sua batalha contra a enorme independência do BCE.
Mas ainda nem tudo está resolvido e há mais para além do que se tem passado ultimamente.
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