segunda-feira, 13 de agosto de 2007

I. San Benedetto e l'Italia del suo tempo, Luigi Salvatorelli, Editori Laterza, Roma 2007

Quando vi o então cardeal Ratzinger assumir o nome de Bento XVI apenas me pude sorrir. É sempre difícil adivinhar porque um papa assume um nome. Raras vezes isso é oficialmente explicado (tirando o caso dos papas João Paulo) e mesmo que o seja, as últimas razões que os levam a escolher este e não aquele ficam com ele. Mas que o nome de Bento seja escolhido por um homem com tão vasto conhecimento da cultura europeia apenas poderia ter um significado: escolheu o patrono da Europa.

São Bento pertence a um vasto conjunto de santos cujo nome não foi esquecido, mas que suscita fraca devoção hoje em dia. Em boa verdade trata-se de uma personagem cuja obra suscitou sempre mais entusiasmo que a própria pessoa. Na sua época a tipologia monacal já se encontrava muito desenvolvida, e já existam múltiplas tradições por toda a cristandade. No Oriente as regras de São Pacómio e de São Basílio imperavam. No Ocidente uma multiplicidade de experiências ocorria.

O que é de espantar é que pertença a uma época que já tinha experimentado muita da diversidade que se foi encontrando durante muitos séculos na Europa. As múltiplas modalidades de vida monacal já haviam antes sido experimentadas (cenobitas, eremitas, giróvagos etc.). Os cónegos regrantes já no fim do século IV era conhecidos com o bispo Eusebio di Vercelli (p. 33).

São Bento não parte do nada. Mais revolucionário e deixando obra bem mais perene que as recentes expressões do modernismo, pode fazê-lo exactamente porque parte de terreno sólido. A cultura clássica ainda estava presente e cultura cristã era já muito rica. O dogma estava estabelecido nos seus traços principais, a diversidade de experiência de vida que iria marcar a Europa já estava em formação.

A questão é a de saber porque é ele o patrono da Europa. Nada mais, nada menos, porque deu forma consistente ao movimento monacal. Que importância pode ter isso, pergunta-se o transeunte. Parece-lhe uma referência “apenas” histórica.

1 comentários:

Francisco José Santos disse...

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