IDEIAS SIMPLES
Excelente a entrevista de de Sérgio Rodrigues a Mariano Gago. É tão difícil fazer os portugueses compreender ideias simples sobre educação.
A minha vida universitária foi muito rica de contactos e experiências, mas o que dela resta são apenas ideias simples. A primeira é de que a educação se baseia em três pilares: 1) Na existência de "role-models" que sirvam de émulo e estímulo 2) Que o mérito seja recompensado 3) Que a incúria, o desleixo e a incompetência sejam punidos na mesma medida em que o mérito é recompensado. Parágrafo ùnico destas regras:a) Que os cargos vitalícios sejam excepcionais, (curiosa a expressão portuguesa de "ocupar um lugar"...). b) Que haja direito a uma segunda oportunidade para quem falha.
Isto quanto à Educação. Quanto ao Ensino, partilho o aforismo de Bernard Shaw: "Quem sabe faz, quem não sabe ensina". Ninguém aprende a conduzir sentado ao lado do condutor, ninguém aprende a andar de bicicleta lendo o manual de instruções. Para se aprender é necessário reflectir sobre os problemas e encontrar sózinho uma solução ou caminho, e dar os trambolhões necessários, ainda que o instrutor ampare a queda e se assegure que terceiros não irão ser afectados. Compete ao professor mostrar alternativas, com a humildade do reitor de Harvard, que dizia na alocução de final do ano:"metade do que vos ensinámos é falso, só não sei qual é essa metade". No fundo, ideias simples.
3 comentários:
Sozinho não tem acento: aí está uma coisa que pelos vistos não se aprende fazendo-a.
infelizmente,a minha passagem pelo superior não deixou grandes marcas (dizer isto uma professora, é obra!); li muitas coisas, experimentei a vida, mas 'modelos' não encontrei, recompensas justas não marcaram a minha recordação... o aforismo de Shaw é cáustico, mas inaceitável! o que eu aprendi depois da faculdade é que diz o que eu sou
p.s.: se o ortografador prefere passar o seu tempo à procura de defeitos... vou ali e já volto...
Obrigado ao Ortografador por me ter corrigido. Ao contrário do que pensa, o erro não será repetido. Não resisto, contudo, a dizer-lhe que acredito que no "post" havia ideias que mereciam comentário para além do erro de ortografia, ou será vício nacional preferir o estilo à substância?
Uma ideia vale mais do que mil palavras.
Quanto à Maria, lamento a sua pouca sorte. Muitos dos professores que encontrei marcaram-me profundamente, a começar por António Damásio. De resto, a vida Universitária não deve terminar com a licenciatura. Talvez isso faça a diferença. O que somos é o resultado de muitas influências. Difícil é partir, ao encontro de desafios que nos façam entender a nossa dimensão.
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