segunda-feira, 25 de junho de 2007

Espírito de síntese

O que é a Europa?
É a fusão do cristianismo com o paganismo indo-europeu sobre culturas autóctones do continente europeu com o mito da queda do império romano.
O que não é Europa?
O que não recebeu como fundante o cristianismo (Índia, Pérsia), o paganismo indo-europeu (árabes cristãos), o que teve o mito da continuação do império romano (Bizâncio) ou o do novo começo geográfico (civilizações neo-europeias das Américas, Pacífico e Oceânia). Sobretudo o que não tem nenhum destes componentes (China e Turquia).
Podem-se ultrapassar inércias históricas? Sim, deixando esfolada a pele e a linfa ou pela conversão religiosa plena.
Críptico? Como tudo o que é simples. O que disse é bem mais complexo que a função zeta de Riemann, os transfinitos de Cantor ou os espaços de Hilbert, porque estes são apenas uma ínfima parte do que acabei de dizer.
Que só discuta quem aprendeu. Porque quer a minhoca voar como a águia?

Alexandre Brandão da Veiga

3 comentários:

Insano disse...

A Herança Grega.... ou algures perdi-me e não vi a referência a um dos pilares do "EU" Europeu.

Abraço,

Alexandre Brandão da Veiga disse...

Obrigado pelo comentário.

É exactamente esse chavão liceal que queria evitar. Quando se insiste muito na herança grega está-se a ver bem, mas de forma muito parcelar.

Gregos, Romanos, Celtas, Eslavos, Germanos, todos eles fazem parte do património indo-europeu. Falar da herança grega isoladamente releva em geral da repetição de fórmulas por quem vê na herança gerga apenas a filosofia, a ciência e a democracia gregas.

Mas a Grécia é bem mais que isso: tirania, plutocracia, aristocracia, literatura, artes e religião. E é apenas uma parte da herança de matriz indo-europeia. Uma catedral não se compreeende sem melusinas e mitos germanos e celtas. Muito longa demonstração.

Inez Dentinho disse...

A Europa é, ainda, a que surgiu da expansão ultramarina, a que fez a estreia da globalização. O impacto dos impérios à escala mundial é um legado mais recente mas incontornável na ponderação da identidade europeia. E nesse registo encontro a salvação - a única - para uma nova vocação que não pode continuar a ser internista. Sarkosy falou mais cedo o que há muito sentimos urgente quanto ao Mediterrâneo e a África. E só a Europa, por ser o que foi, pode assistir a esse desafio.