sexta-feira, 4 de maio de 2007

O Dono da Câmara de Lisboa

Pedro Norton decidiu fazer pilhéria com a situação do actual Presidente Câmara Municipal de Lisboa. Surpreendente, num «Blog» que proclama no Editorial «querer fazer a diferença». Claro, nos dias correntes dir-se-á estar no seu pleno direito.

Estará mas, infelizmente, quanto se afigura ter-lhe passado desapercebido é a situação, essa sim, verdadeiramente séria e grave, em se colocou o Dr. Marques Mendes, comportando-se não apenas como se dono da Câmara de Lisboa mas também como se efectivo patrão dos vereadores e respectivos deputados municipais afectos ao PSD fora. Isso sim, é triste, muito triste. É certo o mesmo vermos suceder na Assembleia da República onde, dada a dita e famigerada «disciplina de voto», vemos também aqueles que deveriam comportar-se como Homens Livres transformarem-se numa espécie de «assalariados partidários», sempre suspensos e cumpridores, muito cumpridores, das superiores directivas. Excepções haverá? Possivelmente, mas sempre excepções, raras e louváveis, nada mais.

Fazer pilhéria é fácil e sempre garante imediato aplauso. E até talvez compreensível seja: quando se «toma consciência» de passarmos cerca de metade da nossa vida profissional a trabalharmos, exclusivamente, para pagarmos impostos, talvez se compreenda a instante necessidade de uma boa pilhéria. Talvez, mas é triste, muito triste, tudo fazermos por uma boa pilhéria, como se uma boa pilhéria justificasse todos os meios.

Entretanto, aqui estamos nós, aqui está esta Nação, refém dos Chefes dos Partidos Políticos, caminhando placidamente para a desolação final.

Não sorrimos já, rimos. E rimos tanto mais quanto vamos «tomando consciência» como «o riso é sempre riso do medo da morte».

Ah!, pobre Carmona Rodrigues, pobre Câmara de Lisboa, pobre Portugal.

1 comentários:

Anónimo disse...

Muito depressivo este post. Prezo muito a minha liberdade mas não vejo os partidos como clubes de amigos, antes são máquinas de poder. E com o poder não se brinca. Talvez por essa razão não faço parte de nenhum, pelo menos desde que pintei um bigode no busto do Lenine de um amigo, que o venerava, e quase me bateu. Enfim, também o faria na Senhora de Fátima se fosse necessário. A chatice é que ainda não se inventou melhor sistema. Antes refém de um bom velho partido que da Quercus ou da DECO, só para dar dois exemplos.