quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Em fim, o Império


Vimos descer a bandeira nacional nas frentes de guerra e nos afro-arquipélagos, em 75. A entrega desses Povos à Guerra Fria não nos deixa olhar devagar para essa pressa.
Assistimos depois, em Macau, em 1999, à correcção protocolar de Vasco Rocha Vieira. Hino, bandeira bem dobrada, autoridades reconhecidas, uma herança feita com amostras de calçada, Universidade, língua, catolicismo e garantias mínimas de Direitos Humanos. Menos mal.
No dia 20 de Maio de 2002, veio a Independência de Timor-Leste depois de um silêncio sangrento de mais de 25 anos, interrompido pelo ombro da Igreja e pela voz esclarecida do Duque de Bragança.
Nesse dia, estávamos todos felizes. Timorenses, portugueses, Xanana, Ramos Horta, os bispos de Dili e Baucau, os manos Carrascalão, o PR português, Durão, Guterres, Clinton,  Kofi Annan, até Megawati Sukarnoputri, a Presidente da Indonésia, reconhecida na capitulação.
O Referendo proclamara a vontade do Povo e ali se viveu um festival da cultura lusófona, como expressão da Independência de um novo País, na metade mais curta de uma ilha entre a Ásia e a Austrália.
Houve mais caminho percorrido, com sangue e incerteza. Em todas as intempéries, a Guarda Nacional Republicana foi presença de tolerância e espírito firmes. Não queríamos abandonar, de novo, os povos comuns à nossa História.
Assisti a esse trabalho discreto e reparador, para ambas as partes.
Timor-Leste é Independente há 10 anos. Mas só agora o Império pode adormecer em Paz. Agradeço, reconhecida, à GNR.




5 comentários:

João Wemans disse...

Faço minhas as belas palavras da Inez.

Inez Dentinho disse...

Bem-vindo, João, e muito obrigada. ID

miguel vaz serra....... disse...

Infelizmente, querida Inez já nem o Português é a língua oficial de Timor segundo as declarações que ouvi há uns meses feitas por um alto cargo Timorense.
Como em tudo, começamos as coisas e nunca as acabamos.
É assim. Sempre será.

miguel vaz serra....... disse...

Deixo aqui um artigo interessante de Manuela Moura Guedes que apesar de tarde, chegou à mesma conclusão que eu cheguei há mais de um ano...
É a verdade do pesadelo que vivemos na actualidade e que ninguêm no seu perfeito juízo pode ignorar!

"Cada vez me convenço mais de que Passos Coelho nem sequer esperto é. Esta teimosia em persistir numa política que se tem provado desastrosa para o País dá provas disso.E não só.A forma como ele anuncia qualquer medida aos portugueses , que já estao na pele e no osso ,fá-los sempre sentir que ainda é preciso arrancar-lhes o couro e o cabelo (é uma ambição dele...)Depois, avalia os outros por si próprio, ao pensar que os portugueses não raciocinam. Como não reagem , ele acha que não discorrem .Há mais de um ano que o País anda à espera que as promessas de cortes nas PPPs , nas fundações , nas empresas municipais etc, etc, se façam e nada.Vai anunciando migalhas que nada têm a ver com as dezenas de milhares de milhões que era preciso cortar ...Era aí sim que devia cortar , em vez de cortar sempre em quem trabalha, por conta de outrém, numa classe média que cada vez está mais "baixa", como tem feito até aqui . Vamos lá só lembrar os principais cortes que em nome da crise e do maldito deficit têm posto de tanga este País:
Corte de subsídios
No final de 2011, o Governo de Pedro Passos Coelho impôs uma sobretaxa especial sobre o subsídio de Natal. A taxa era de 50% sobre o montante do subsídio acima do valor do salário mínimo (485 euros).
Para este ano, foram cortados os subsídios de férias e Natal de funcionários públicos e pensionistas. O Governo esperava poder prolongar esta medida nos próximos anos, mas o Tribunal Constitucional (TC) declarou a sua inconstitucionalidade. A decisão do TC não afetou contudo o corte do 13.º e do 14.º mês para este ano.
Função pública
Ainda em 2010 foi determinado o congelamento de admissões e progressões de carreira para a Função Pública. O orçamento do Estado para 2011 também contemplava o corte de 5 por cento nos salários do setor público acima dos 1500 euros, que se mantém. Tanto o governo de José Sócrates como o de Passos Coelho também se têm comprometido a reduzir o número de funcionários públicos.
(CONTINUA)

miguel vaz serra....... disse...

(continuação)
Subida do IVA
A taxa normal do imposto subiu para 23 por cento no início de 2011. A partir deste ano, foram revistos os escalões do IVA: muitos produtos passaram da taxa mínima (6%) ou intermédia (13%) para a máxima, entre os quais a restauração. Ainda no ano passado, foi aumentado o IVA da energia (gás e eletricidade passaram da taxa mínima para a normal).
Redução do investimento público
Para além do cancelamento de grandes projetos de infraestrutura, como o novo aeroporto de Lisboa ou o comboio de alta velocidade (que eram um disparate) , o orçamento do Estado para este ano contemplava um corte de 42% no investimento público.
Aumentos de preços administrativos
Os preços dos transportes públicos, particularmente nos passes sociais, foram aumentados no ano passado e este ano. Os preços da energia - eletricidade e gás natural - também aumentaram substancialmente com a mudança de escalão do IVA.
Congelamento das pensões
Com exceção das reformas mais reduzidas, as pensões não foram atualizadas nos últimos dois anos - o que significa, na prática, uma perda de poder de compra dos pensionistas, em consequência da inflação. Os reformados também perderam metade do subsídio de Natal em 2011 e tanto o 13.º como o 14.º mês em 2012.
Cortes nas prestações sociais
As regras do subsídio de desemprego foram revistas, resultando numa redução do montante e da duração máxima do subsídio (para 18 meses). Foram também criadas novas regras de atribuição do rendimento social de inserção ("rendimento mínimo")
Taxas moderadoras sobem
As taxas moderadoras do serviço nacional de saúde tiveram uma subida generalizada este ano, e foram impostas novas taxas em algumas consultas. Simultaneamente, continuou a reorganização das urgências hospitalares, que implicou a redução de alguns serviços.
Outros aumentos de impostos
Para além do IVA, quase todos os outros impostos aumentaram nos últimos dois anos. As taxas de impostos sobre o consumo (tabaco, bebidas alcoólicas, automóvel, combustíveis) subiram. Nos impostos diretos, as deduções e os benefícios fiscais em sede de IRS e IRC foram reduzidas ou eliminadas."
MMG