Recordando Sophia I
A primeira vez que ouvi falar em Sophia de Mello Breyner era criança. Tinha em casa uns livros dela que li, mas confesso que não me lembro quais fossem. Diziam-me que eram muito bem escritos, que em Portugal, ao contrário de outros países como a Inglaterra, a literatura infantil não era grande coisa, mas que Sophia era um oásis nesse deserto. Poderia ser que sim, mas havia poucos livros infantis de que me recordo ter gostado realmente.
A vez seguinte que ouvi falar nela foi em Amarante, onde eu passava férias. Na Casa da Cerca indicaram-me um rapaz e disseram-me. É filho da poetisa Sophia de Mello Breyner. Era casa de poetas, onde a memória de Teixeira de Pascoaes ainda estava presente, e por isso era natural que não dissessem que era filho do Francisco de Sousa Tavares, mas da poetisa. Do que me lembro, o seu nome foi referido com o maior respeito. Era uma poetisa, uma verdadeira.
Leio pouca literatura contemporânea, devo confessar. Em parte por tempo, em parte por gosto. Não se pode aprender tudo, não se pode ler tudo. E como sempre gostei muito de ciência, sobretudo de matemática, e de literatura grega e romana, não me dediquei muito à obra de Sophia. Do que conheço, lembro-me apenas de uns lugares comuns, o que só vai em meu desfavor e não dela.
Também não gosto de falar de autores contemporâneos, ou em geral de pessoas contemporâneas, porque sei que isso suscita o discurso de ódio em que nunca se discutem ideias, mas apenas gostos e desgostos sem fundamentação, o que sempre achei pobre. Salientar alguém que nos é contemporâneo pode sempre gerar o “a contrario”: “se ele não fala desta e daquela pessoa é porque as acha medíocres”. O que é uma generalização apressada, mesmo que em algumas situações possa ser justa.
Mas por mais que se queira, quando um conjunto de pessoas, cuja opinião respeitamos, só nos diz bem de alguém, algum reflexo isso tem. No meu caso, começou por ser o da curiosidade. E quanto mais sei da pessoa, mais me suscita o respeito. E quanto mais vejo da obra, mais lhe admiro o estilo.
A vez seguinte que ouvi falar nela foi em Amarante, onde eu passava férias. Na Casa da Cerca indicaram-me um rapaz e disseram-me. É filho da poetisa Sophia de Mello Breyner. Era casa de poetas, onde a memória de Teixeira de Pascoaes ainda estava presente, e por isso era natural que não dissessem que era filho do Francisco de Sousa Tavares, mas da poetisa. Do que me lembro, o seu nome foi referido com o maior respeito. Era uma poetisa, uma verdadeira.
Leio pouca literatura contemporânea, devo confessar. Em parte por tempo, em parte por gosto. Não se pode aprender tudo, não se pode ler tudo. E como sempre gostei muito de ciência, sobretudo de matemática, e de literatura grega e romana, não me dediquei muito à obra de Sophia. Do que conheço, lembro-me apenas de uns lugares comuns, o que só vai em meu desfavor e não dela.
Também não gosto de falar de autores contemporâneos, ou em geral de pessoas contemporâneas, porque sei que isso suscita o discurso de ódio em que nunca se discutem ideias, mas apenas gostos e desgostos sem fundamentação, o que sempre achei pobre. Salientar alguém que nos é contemporâneo pode sempre gerar o “a contrario”: “se ele não fala desta e daquela pessoa é porque as acha medíocres”. O que é uma generalização apressada, mesmo que em algumas situações possa ser justa.
Mas por mais que se queira, quando um conjunto de pessoas, cuja opinião respeitamos, só nos diz bem de alguém, algum reflexo isso tem. No meu caso, começou por ser o da curiosidade. E quanto mais sei da pessoa, mais me suscita o respeito. E quanto mais vejo da obra, mais lhe admiro o estilo.
1 comentários:
A Sophia brincava com as palavras. Transportava-as para o olhar e transformava-as em meninas, do mar. Também foi assim que a conheci.
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