segunda-feira, 7 de junho de 2010

A República vai nua!

O show começou. Um grupo de professores de Aveiro decidiu vestir 1200 crianças com a farda da Mocidade Portuguesa para evocar os 100 anos da República. (Público 07/06/10) Está certo: o Estado Novo ocupou quase metade desse tempo magnífico que agora se comemora com alegria. Logo o deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, se insurgiu: «esta iniciativa obriga alunos menores a serem actores de um acto laudatório e acrítico de uma página negra da História de Portugal». Concordo. Não gosto de ver as crianças de Aveiro assim vestidas. Mas, quando se procura a verdade, arriscamo-nos a não gostar da descoberta.
Há meses, apelei a António Costa, na Assembleia Municipal de Lisboa, para que aproveitasse este Centenário para comemorar «100 anos de República» e não «100 anos de propaganda». É uma ocasião única para promover a investigação, a publicação e divulgação do que realmente aconteceu neste período (post anterior «A República de António Costa»). Entre os estudiosos, Rui Ramos tinha feito o mesmo repto contrastando com o cepticismo de Vasco Pulido Valente, António Barreto e Filomena Mónica, que nada esperam de bom destes festejos.
Na altura, o Presidente da CML reagiu com humor e agressividade. Fico com o primeiro enfoque mas não deixo passar esta maré que nos sai cara e que foi lavrada por um protocolo entre a Câmara de Lisboa e a Comissão para as comemorações do Centenário.
Nesse sentido, vi nos Paços do Concelho a exposição «O jogo da Política Moderma!», desenho humorístico e caricatura na I República. Lá estava, logo na primeira frase da brochura, a irresistível propaganda: «A I república trouxe consigo a explosão das práticas de humor social e político». Nem Bordalo escapa! Ignora-se que uma das armas contra a Monarquia, antes de 1910, foi precisamente a prática intensiva de humor social e político. Uma prática que podia acontecer porque havia liberdade de imprensa. Pelo contrário, depois do 5 de Outubro, instalou-se um regime de partido único e a liberdade de imprensa foi uma das primeiras vítimas da Revolução.
Se quiséssemos falar verdade nesta exposição da CML, deveríamos poder ver, igualmente, o encerramento dos jornais monárquicos ou de facções republicanas que não estiveram, a cada momento, com a situação e que tentavam publicar a «explosão das práticas de humor social e político». Também a actividade da censura deveria estar ai retratada uma vez que, como se sabe, não foi exclusiva do Estado Novo.
Tal como na história do Rei vaidoso, venham de novo as crianças, agora vestidas de Mocidade Portuguesa, com o único mérito de dizerem: «A República vai nua!».

3 comentários:

miguel vaz serra....... disse...

Inez! Tudo verdades e como sempre fantástico...
Eu, na minha "palermice" habitual diria que a República foi uma horrorosa forma de assassinar um Pai e um filho aos olhos duma mulher e mãe devastada e para sempre marcada pelo horror do que viu e sentiu…Depois tudo foi imposto, como sempre em Portugal.
Nunca se perguntou ao povo se era essa forma de estar política que ele queria. Nunca houve um referendo á República e já era tempo.
Não queriam referendos a um direito constitucional como um simples casamento civil entre duas pessoas? Independentemente de serem mulher/homem/homem/mulher/mulher? Como se de humanos de segunda se tratassem? Não queriam referendo á Europa? Ao tratado de Lisboa? Ao euro e por aí fora? Pois eu ainda estou ( e posso esperar sentado até ao último respiro.. ) á espera do referendo á República… Esta forma de roubar abertamente e em nome duma democracia fictícia, o povo(inho) ,que Bordalo tão bem criou no seu imaginário.
Foi necessária uma ditadura civil para a roubalheira parar e claro..com isso vieram os abusos, lógico, e os 5 mamões de sempre a explorar o País….
Agora são 20 e pico mais os filhos dos tios, coisa e tal, devem rondar os 500…Tudo gente finíssima, super xpto, de QI’s fora de vulgar, que se não ganharem milhões de prémio no fim do ano e mesmo deixando as empresas na falência, ameaçam que deixam o País…FORA!!! E NÃO VOLTEM!!!!Quem é que os quer cá? Duma esquerda sublime socialista laica ( será da cadela russa que foi á lua? ) e que só pensam no povo. ( não mentem, lá isso é verdade…pois todos eles são povo profundo… )
Uma república que cheira muito mais a podre que jamais cheirou a Monarquia, sem oposição decente nem verdadeira pois todos têm rabos de palha que ardem fácil. E da direita á esquerda, TODOS vão insultando-se uns aos outros para inglês ver, e no privado, apagando o fogo dos rabos uns dos outros!!!
100 anos de mentira. Viva á República das Bananas!

Anónimo disse...

A República nunca vai nua... Anda em fato de trabalho!

Anónimo disse...

Se a República vai nua, comprem-lhe uma roupinha na Zara!