quinta-feira, 2 de abril de 2009

General Obama - Sim, nós sabemos

David Plouffe, Director de campanha de Obama, veio dizer a Lisboa como conseguiram ganhar as eleições americanas.
Explicou-nos que a candidatura partiu de um pressuposto: o de que Barack Hussein Obama era, apesar de Senador, um estranho, um “outsider”, alguém fora do “sistema”. Assim, a candidatura estabeleceu que se o apoio não vinha de dentro do sistema politíco, viria de fora. Viria do povo. Seria uma nação inteira a apoiar este candidato.
Depois, criaram um efeito de movimento, de onda. Como? Pelo uso intensivo e maciço das novas tecnologias: net, uso constante do e-mail, vídeos e das redes sociais. Criaram uma lista de milhões de endereços. Estabeleceram o “empowerment”, apontaram o caminho e disseram às pessoas qual o seu papel nele. Estudaram exaustivamente o perfil dos eleitores, as suas necessidades, envolveram as pessoas num objectivo comum, pediram-lhes tempo e dinheiro. Elas deram-lho: em média cada voluntário trabalhou 20 horas por semana. Os maiores contribuintes foram, por grupo social e profissional, os estudantes e os reformados. Criaram um “message army” (exército da mensagem), cabendo a cada membro da comunidade espalhar a palavra e as ideias do candidato, e sobretudo, defendendo os seus ideais.
David admitiu que tinham ganho as eleições com dados objectivos, muita informação, muito pouca emoção, nenhum acaso.
De repente vi Obama a outra luz.
Um homem que espelha emoção, compromisso, esperança mas que tem no terreno um poderoso exército em marcha, que se move tão impiedosamente como um exército romano.
General Obama.
Continuam a mandar milhões de emails todos os dias.

6 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Enfim, enfiaram-no pelas goelas abaixo dos ianques.

Táxi Pluvioso disse...

Ah... e eles nunca enganaram o Chomsky.

dorean paxorales disse...

Estou siderado.

cjt disse...

naturalmente que sim... aliás, pergunto: existe alguma coisa nos eua que se faça sem um exército e generais?

mas convém considerar que obama tem uma outra forma de poder, a sua deixis. 'nós', 'isto', 'aqui', juntamente com verbos de acção, são as suas principais armas.

concedo que obama seja, mais do que tudo, um produto político. resta saber agora, depois de adquirido, qual a sua qualidade.
mas as campanhas são como os blogs... podemos meter o seo que quisermos, que se não tiverem conteúdo interessante, só têm visitas pelos títulos nos motores de busca...

Sofia Rocha disse...

Obrigada pelos comentários.
Folgo em ver que temos novos comentadores.

Me disse...

Mas será que alguem pensava que tinha sido tudo obra do espírito santo ? Todo este envolvimento descrito pelo David Pouffle e todo o discurso Obama (no fundo os 'nós', 'isto', 'aqui' descritos pelo cjt) visa, e de uma forma que me parece muito pertinente, a responsabilização do povo americano. Ele diz que é preciso fazer, mas cada qual que "dê ao pedal" da forma que melhor pode...