A Lei que faltava
"O Partido Socialista (PS) vai debater esta sexta-feira, na Assembleia da República (AR), um projecto lei que tem como objectivo reduzir a quantidade de sal no pão português, que, actualmente, tem mais do dobro da quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O plano é para aplicar «de forma faseada», garante o deputado Jorge Almeida, do PS, em nome da saúde dos portugueses, já que o excesso de sal pode provocar vários problemas, como hipertensão, acidentes cardiovasculares e alguns tipos de cancro.
«É preciso um tecto máximo de teor de sal no pão e 25% faz com que o consumidor não vá notar», garante o deputado, defendendo que, «daqui a alguns anos, o processo legislativo deve fazer uma revisão e, eventualmente, fazer mais reduções»."
(Fonte Diário Digital).
Posto isto, pergunto: estará o deputado Jorge Almeida (a quem agradeço o zelo pela minha saúdinha) disponível para nomear uma comissão parlamentar para controlar a condimentação da minha sopa? E se não for pedir muito, será que posso pedir-lhe uma mãozinha para me fazer as compras ao Sábado? Só para garantir que não exagero nos açucares.
5 comentários:
Pedro, o melhor é não pedires, porque me parece que "eles", este ano, eram bem capazes de te fazer todas as compras, mas certamente que, para o ano, te apareceria lá em casa uma pesada conta.
O sr. Norton não percebe que se trata de um problema de saúde pública!? Ou é preciso explicar-lhe? Se for, explico-lhe com infinita paciência.
Também há que cuidar da saúde pública mental para aturar este «zelo incansável e espírito fervoroso» (S. Paulo) em tudo o que diga respeito aos nossos movimentos quotidianos.
Nada melhor do que o exemplo de uma das reportagens da noite: um pequeno pacote de batatas fritas comparado com 30 pães tem cinco vezes mais sal. Bem sei que o pão é para todos e que as batatas são para quem escolhe comprá-las. Mas deixem-nos ter pão normal e pão para doentes. Vamos cortar o sal das batatas? O alcool do vinho? que mais?
Como lembra o deputado do PCP: não podemos continuar a dizer de ninguém que é um «pãozinho sem sal» porque, a partir de agora, que o tiver é um fora da lei.
Que país tão temperado; até já os nossos "zeladores públicos" pensam em regulamentar a quantidade do sal ou até da pimenta no nosso "modus vivendi"...
Por este andar, ainda vamos ter os ilustres deputados a interferir nos domínios da nossa sexualidade e outras matérias íntimas.
Bem sei que aquilo que é essencial lhes passa ao lado e à velocidade da luz, mas uma "fisgada" deste quilate deve constar do "guiness" dos nossos parlamentos democráticos...
E não seria a mesma fisgada uma forma de visibilidade para o seu autor e um dia destes passar já a ser uma figura nacional?
Aguardemos!
Caro Sr.Anónimo,
Desde já agradeço o favor da sua «infinita paciência». Entretanto, deixe-me que lhe diga: a «saúde pública» tem costas largas. E em seu nome, como bem sublinha a Inês, pode bem decretar-se, como na Arábia Saudita, o fim do consumo de alcóol. Ou a venda de chocolates e chupa-chupas. E que tal o encerramento imediato de todas as barracas de farturas? E porque não chicotear os vendedores de algodão doce? O bom senso não lhe diz nada?
Enviar um comentário