domingo, 22 de março de 2009

De pé, ó vítimas da fome

Gosto das crónicas de Patrick Besson na revista “Le Point”. Besson é um escritor nómada, com livros publicados em muitos editores e colaborações que vão do “Le Point” ao “L’Humanité”. Filho de pai russo e mãe croata, de simpatias comunistas, Besson é um daqueles espíritos livres que pensa pela sua cabeça e nunca nega os seus prazeres.
Há dias escreveu uma verrinosa crónica sobre a amável figura do “académico francês”. Começava assim: “Il arive au déjeuner ou au dinner avec la petite mine gourmande de celui qui a de bonnes histoires à raconter sur ses récentes rééditions en France et à l’étranger.
E prosseguia com este toque florentino: “Il s’assoit avec la souplesse aguerrie des hommes de lettres dont la vie consiste avant tout à s’asseoir.
Aceitam-se ajudas para definir o “académico português”.

4 comentários:

Gonçalo Pistacchini Moita disse...

Manuel, essa é fácil: O académico e/ou intelectual português é aquele que consegue ter um qualquer reconhecimento lá fora.

Manuel S. Fonseca disse...

Gonçalo, esses não são os piores (e, nalguns casos, abençoados, são mesmo grandes figuras). Os piores são os que, "aguerridos" e solenes, só se assentam, entre Lisboa e a província, com alguns dias no Porto (e Coimbra, meu Deus, Coimbra), à mesa nacional!

Sofia Rocha disse...

Académico português, não há anda que enganar.
Ao primeiro "Professor-Doutor" ergue levemente o canto superior direito labial. Ao segundo, ergue o canto superior esquerdo.
Ao terceiro, já lhe vemos a dentadura.
Ao quarto "Professor-Doutor", se olharmos com atenção para os pezinhos, vemos que já levita...

Manuel S. Fonseca disse...

Sofia, desta gostei. Na mouche!!!