quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Domingo no Barreiro

No último domingo, depois do almoço, decidimos ir ver um jogo de Basquete sénior entre o Benfica e o CAB ( equipa medeirense), e tendo amigos dos dois lado da contenda, era uma boa ocasião para os ver.
O jogo disputava-se no Barreiro. Eu nunca tinha ido ao Barreiro. Atravessámos a ponte e nem de propósito, o céu tornava-se cada vez mais chumboso, a ameaçar saraivada.
Entrámos no Barreiro, percorremos ruas e ruelas, entrámos em bairros e becos. Durante uma hora varámos o Barreiro. Para trás, para a frente, a água ali ao pé.
Simplesmente não se dava com o pavilhão, de que também não sabíamos o nome.
Coisa que parecia impossível, nem uma placa, nada, as poucas pessoas que passavam na rua também não sabiam.
Víamos o Cristo Rei e Lisboa do outro lado. A redundância continuava porque na outra margem havia sol.
O Barreiro foi a terra portuguesa mais feia, pobre, abandonada, suja e desgraçada que vi até hoje.
O pavilhão, que descobrimos ser municipal, ficava num bairro miserável. Vimos o jogo.
O Benfica ganhou justamente, trazendo a taça.
Durante todo o tempo em que lá estive, ocorria-me que àquela gente ninguém dá um jeito, àquela gente ninguém arrenda casas por 35 euros. Com sorte, pagarão 350 euros, sabe lá Deus como.
Deve ser da vista, vê-se a Basílica de Estrela e o Cristo Rei, de costas, é certo, mas caramba, sempre tem a sua magnitude.

3 comentários:

magnuspetrus disse...

Acho que todos os portugueses deveriam, um dia, ser convidados a percorrer os subúrbios num domingo à tarde para ganharem uma nova noção do "país real".

Anónimo disse...

Parabéns por gostar de basquetebol.
Um desporto diferente e, para português médio, uma coisa muito original (não haver balizas atrapalha a compreensão da coisa...)
Heródoto O`Neal

Sofia Rocha disse...

Ao Magnus: real é o país todo, da Av. da Liberdade ao Barreiro. O problema são as assimetrias. A disparidade de desenvolvimento. Tanto mais que sendo um país pequeno, mal se compreende este estado de coisas.
Ao O´Neal: já gostei mais. Há quinze anos, quando o Benfica do Mário Palma e Carlos Lisboa ganhavam na Europa, Real Madrid incluído.
Ou mesmo daquelas super equipas que a PT inventou, parada de estrelas. Treinadores reformaram-se, outros emigraram, jogadores idem.
Hoje anda tudo tristonho.
Todavia, tenho de deixar publico tetemunho, o Benfica tem excelente minibásqute, talvez ainda haja esperança.