DA INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
A globalização veio introduzir novos factores de pressão nos países mais desenvolvidos pelo efeito da necessidade de aumento de competitividade nos seus meios de produção e bem assim pelo constante “benchmark” internacional e transparência dos mercados mundiais.
Veio também, por outro lado, abrir as portas para que novos países em vias de desenvolvimento que cumprem as regras do comércio internacional e dos direitos humanos possam ter oportunidade de participar mais activamente neste movimento do comércio e investimento global que se reflectirá no médio e longo prazo no modelo de desenvolvimento económico dos vários países, na respectiva atractividade, no seu crescimento, na sua capacidade de atrair investimento, de criar emprego sustentável, enfim, de estabelecer uma influência duradoura no modelo económico e social de todo o mundo.
Para países como Portugal, inseridos numa Europa a 27 que representa um bloco económico mundial com uma população próxima de 500 milhões e um mercado único profundamente dinâmico e em recuperação, o desafio da globalização precisa de ser rapidamente entendido, interiorizado e as empresas necessitam adaptar a sua actuação compreendendo que o seu mercado interno é o Europeu, os seus parceiros “nacionais” são os europeus e a amplitude de escolha de parceiros internacionais aumenta consideravelmente.
Ou seja, teremos que compreender que as comodities e utilities tendem a concentrar-se no espaço Europeu, o que se reflecte de forma particularmente incisiva em países pequenos como Portugal, dando lugar a uma nova cultura de empreendedorismo e inovação que passará a ser o “coração” do dinamismo da nossa economia.
E de nada adianta a velha máxima dos sectores mais maduros não terem futuro, como temos vindo a dizê-lo com frequência em relação ao têxtil e calçado, pois tal como em muitos outros sectores, exemplos de sucesso como a Aerosoles ou a Salsa vêm negar a condenação precoce dos mesmos e pelo contrário vêm demonstrar que o arrojo empresarial, a internacionalização e uma política bem sucedida de marca são elementos de valor acrescentado inabalável no sucesso dos empresários da nova geração.
A proximidade às Universidades com uma adequada política de Investigação e Desenvolvimento em sectores com uma componente de engenharia ou gestão mais qualificada (YDreams, Chipidea ou Biotecnol, para dar apenas alguns exemplos) são igualmente prova de que Portugal encontrou uma via de desenvolvimento, inovadora e de primeira linha mundial que tenderá a replicar-se em áreas como a energia renovável com prováveis reflexos nas novas oportunidades do sector agrícola, ou até mesmo no Turismo onde ainda temos um longo caminho a percorrer.
Portugal está a mudar a sua mentalidade retrógrada compreendendo que o discurso do proteccionismo promove mediocridade e que não cria valor acrescentado sustentável no médio e longo prazo e que em contrapartida as práticas de inovação, risco, empreendedorismo e internacionalização suscitam a criação de empresas jovens e dinâmicas, adaptadas ao impulso de uma economia global.
Sejamos capazes de resolver o nosso problema de escolaridade e educação e provavelmente poderemos almejar um lugar de destaque na cena internacional.
Veio também, por outro lado, abrir as portas para que novos países em vias de desenvolvimento que cumprem as regras do comércio internacional e dos direitos humanos possam ter oportunidade de participar mais activamente neste movimento do comércio e investimento global que se reflectirá no médio e longo prazo no modelo de desenvolvimento económico dos vários países, na respectiva atractividade, no seu crescimento, na sua capacidade de atrair investimento, de criar emprego sustentável, enfim, de estabelecer uma influência duradoura no modelo económico e social de todo o mundo.
Para países como Portugal, inseridos numa Europa a 27 que representa um bloco económico mundial com uma população próxima de 500 milhões e um mercado único profundamente dinâmico e em recuperação, o desafio da globalização precisa de ser rapidamente entendido, interiorizado e as empresas necessitam adaptar a sua actuação compreendendo que o seu mercado interno é o Europeu, os seus parceiros “nacionais” são os europeus e a amplitude de escolha de parceiros internacionais aumenta consideravelmente.
Ou seja, teremos que compreender que as comodities e utilities tendem a concentrar-se no espaço Europeu, o que se reflecte de forma particularmente incisiva em países pequenos como Portugal, dando lugar a uma nova cultura de empreendedorismo e inovação que passará a ser o “coração” do dinamismo da nossa economia.
E de nada adianta a velha máxima dos sectores mais maduros não terem futuro, como temos vindo a dizê-lo com frequência em relação ao têxtil e calçado, pois tal como em muitos outros sectores, exemplos de sucesso como a Aerosoles ou a Salsa vêm negar a condenação precoce dos mesmos e pelo contrário vêm demonstrar que o arrojo empresarial, a internacionalização e uma política bem sucedida de marca são elementos de valor acrescentado inabalável no sucesso dos empresários da nova geração.
A proximidade às Universidades com uma adequada política de Investigação e Desenvolvimento em sectores com uma componente de engenharia ou gestão mais qualificada (YDreams, Chipidea ou Biotecnol, para dar apenas alguns exemplos) são igualmente prova de que Portugal encontrou uma via de desenvolvimento, inovadora e de primeira linha mundial que tenderá a replicar-se em áreas como a energia renovável com prováveis reflexos nas novas oportunidades do sector agrícola, ou até mesmo no Turismo onde ainda temos um longo caminho a percorrer.
Portugal está a mudar a sua mentalidade retrógrada compreendendo que o discurso do proteccionismo promove mediocridade e que não cria valor acrescentado sustentável no médio e longo prazo e que em contrapartida as práticas de inovação, risco, empreendedorismo e internacionalização suscitam a criação de empresas jovens e dinâmicas, adaptadas ao impulso de uma economia global.
Sejamos capazes de resolver o nosso problema de escolaridade e educação e provavelmente poderemos almejar um lugar de destaque na cena internacional.
5 comentários:
Concordo a 100%. É importante que se enraíze a ideia de que Portugal tem de se manter plenamente integrado na Europa. A ideia não é nova entre nós, claro, mas o sucesso da mesma junto do público tem tido de facto altos e baixos, na história do País. E atenção: vem aí ainda a Europa dos serviços, isto é, a integração do sector dos serviços, a nível europeu. Será mais um choque que a economia e a sociedade portuguesas terão de aguentar. Não há muito tempo para pensar, restando sobretudo tempo para a acção. Isso aplica-se à sociedade civil e ao governo. Pedimos muito que este deixe em paz aquela e isso é crucial. Será que também teremos de pedir que a sociedade civil deixe o governo governar? Claro que não, mas…
O único problema é o "se" final... Os estudos mais recentes sobre a globalização demonstram que o sector mais importante para determinar a capacidade competitiva de um Estado vai ser a educação (e em particular o ensino superior): quem dominar a criação de saber vai dominar o mercado global. Só que, infelizmente, o nosso sistema de ensino ainda é mais proteccionista e fechado do que o nosso mercado… E não vejo grandes perspectivas de mudança.
Miguel
É impossível não concordar, obviamente.
Mas confesso que, lendo este texto, as minhas interrogações se dirigem sobretudo para o que ele não diz... Por detrás dos vários tópicos assinalando exemplos de sucesso, há esperança? Ou não? Acreditas que Portugal poderá mesmo almejar um lugar de destaque na cena internacional? E acreditas que tudo depende apenas e só (e bem sei que nunca seria pouco...) da educação? Não fará falta liderança? Rumo? Foco? Um projecto de desenvolvimento em que os portugueses possam acreditar? Que papel reservas à política? Ou achas que tudo se resolveria entre empresários capazes de protagonizar um empreendedorismo moderno e o Ministério da Educação?
Voltando à educação e à superior, seguindo o comentário do Miguel. As nossas universidades estão de facto ainda muito fechadas, mas há excepções importantes, em Economia, nas ciências “duras”. A FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) também não funciona muito mal, por causo do contágio positivo que nela exercem as ciências duras, e está a fazer um esforço. No Direito, em História, porventura em Letras, o quadro é de facto um pouco sombrio. Mas o principal problema das universidades é seguramente o da forma de governação. Ainda há uma coisa chamada Senado em que os alunos têm uma representação desproporcionada (de 1/3?). Temos demasiada autonomia e pouco controle externo. Discute-se agora uma reforma disso tudo e já se nota a oposiçao de alguns sectores mais basistas da sociedade civil. Um debate interessante – enfim, mais ou menos – a seguir.
A Sofia tem toda a razão quando fala da dimensão política, da necessidade de lideranças e de rumo, no entanto, o que também julgo é que quando sentimos que essas questões falham parcialmente, a sociedade civil tem obrigação de dar o seu contributo social, cultural ou empresarial para colmatar lacunas no País. Acredito, apesar de tudo, que se isso acontecer estaremos também a dar o nosso contributo para pressionar os políticos para fazerem mais e melhor.
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